“O testemunho dos mártires é importante para o futuro da Igreja na Europa”, afirma Cardeal de Luxemburgo

O Cardeal Hollerich presidiu a cerimônia de Beatificação dos cinquenta mártires do Apostolado Católico na Alemanha, realizada na Catedral de Notre-Dame, em Paris.

Foto: Divulgação/Diocese de Paris.

França – Paris (19/12/2025 17h28, Gaudium Press ) O ​​Cardeal Arcebispo de Luxemburgo Jean-Claude Hollerich SJ presidiu a Santa Missa de Beatificação dos cinquenta mártires do Apostolado Católico na Alemanha. Esta Celebração Eucarística foi realizada na Catedral de Notre-Dame, em Paris, na França. A longa lista com os nomes dos mártires foi lida no início da Missa. Em sua homilia, o purpurado descreveu os novos Beatos como “pontos de luz no século das trevas dos massacres”. Eles eram religiosos, seminaristas e cristãos leigos que prestaram o Serviço de Trabalho Forçado (STO) em território alemão, sendo assassinados por ódio à Fé durante o regime nazista entre os anos de 1944 e 1945.

Foto: Divulgação/Diocese de Paris.

Segundo o Cardeal, foi o amor a Cristo que os impulsionou a serem voluntários para servir seus irmãos deportados. Esses jovens aceitaram ser presença no meio da angústia espiritual e moral em que se encontraram um milhão e meio de trabalhadores franceses, privados de orientação religiosa, uma vez que os sacerdotes alemães tiveram sido proibidos de exercer o seu ministério a eles. “No inferno dos campos de concentração, eles pretendem criar oásis de paraíso”, comentou.

No inferno dos campos de concentração, eles pretendem criar oásis de Paraíso

O Arcebispo de Luxemburgo destacou que os mártires beatificados nesta cerimônia eram provenientes de cerca de trinta Dioceses, de vários institutos de vida consagrada, da Ação Católica e Escotismo, que compartilhavam paixão e medo, explosões de generosidade e sofrimento. Eles formaram um grupo de forças de paz, de socorro na Fé em Nosso Senhor Jesus Cristo. Entre os novos Beatos estão: Raymond Cayré, sacerdote diocesano; Gérard-Martin Cendrier, religioso professo da Ordem dos Frades Menores; Roger Vallé, seminarista; Jean Mestre, leigo; e 46 companheiros.

Foto: Divulgação/Diocese de Paris.

“Todos, sem exceção, feitos de suas vidas, seu trabalho, seu aprisionamento e seu martírio um serviço, e que serviço! Eles seguiram Jesus, como verdadeiros discípulos, seguindo os passos de seu Mestre”, ressaltou. Afirmando que os seus exemplos de vida nos fazem refletir hoje, o Cardeal assegurou que “esses mártires e aqueles que partilham o seu ideal, a sua generosidade e o seu destino, manifestaram aos seus irmãos a inabalável do amor e da misericórdia de Deus. Assim, no inferno dos campos de concentração, eles conseguiram criar oásis de paraíso, onde o amor conseguindo restaurar a coragem, aliviar as feridas do coração, afastar o medo e fundir a esperança”.

O testemunho dos mártires é importante para o futuro da Igreja na Europa

Jean-Claude Hollerich sublinhou que o desejo de santidade concentrou esses jovens na fidelidade até a morte, eles foram portadores de uma mensagem que não envelhece: “O amor jamais passará!” Suas vidas nos levam a redescobrir o valor do Batismo que “nos comprometemos a nutrir nossa existência e nossas muitas atividades com esta Fé e comunhão com Cristo”. Esses mártires reunidos hoje são “mártires da liberdade religiosa”. “O testemunho dos mártires é importante para o futuro da Igreja na Europa. Que o mesmo amor por Jesus que moveu esses apóstolos os inspira a se tornarem apóstolos missionários”, disse o Arcebispo de Luxemburgo.

Foto: Divulgação/Diocese de Paris.

Por fim, o Cardeal Hollerich concluiu sua homilia gravando palavras que o Papa Francisco costumava repetir: a conversão começa na mente, mas deve passar pelo coração. “Todos vocês, jovens da França e da Europa, vocês que já não veem sentido em suas vidas, vocês que buscam uma identidade que os mantêm vivos, olhem para Cristo, o Príncipe da Paz, aprendam com Ele, como com seus irmãos mais velhos, os mártires, hoje beatos, a se comprometerem com o bem de seus irmãos e irmãs!”. (EPC)