Teresa de Ávila, a “grande santa”
A 4 de outubro de 1582, há 440 anos, tendo combatido o bom combate, Teresa entregou sua alma a Deus. O odor de sua santidade logo se espalhou por todo o mundo, sendo assim venerada na Igreja universal.
Redação (15/10/2022 09:54, Gaudium Press) Nascida em Ávila, no ano de 1515, Teresa, desde a mais tenra infância, foi conduzida nas vias da santidade pelo Divino Mestre, com o qual se desposaria mais tarde ao entrar para a vida religiosa.
Quando ainda bem nova, muito lhe aprazia a leitura das histórias dos santos. Encantava-lhe sobretudo a dos mártires, pois, como dizia, “parecia-lhe que os mártires pagavam pouco para ir gozar de Deus”, o que a motivava a imitá-los.
Ao entrar para convento, travou inúmeras batalhas para romper com o mundo que abandonara, contra o demônio que a todo custo desejava perdê-la, e contra si mesma, para alcançar a santidade e a prática das virtudes.
Por causa da reforma do Carmelo, Deus pediu-lhe que muito sangue de sua alma fosse derramado. Suportou incompreensões por parte de seus mais próximos. Inúmeras vezes esteve a ponto de sofrer a penúria e a miséria, mas, sempre confiante em nosso Senhor, dirigia-Lhe suas preces, e em pouco tempo era socorrida.
“É assim que eu trato meus amigos…”
A “grande” Teresa – tal é o epíteto com a qual a santa espanhola passou a ser designada – foi galardoada pela Providência Divina com insignes graças místicas: como revelações, visões e êxtases, as quais, no futuro, serviriam de base sólida para o estudo da mística na Teologia.
Muito íntima do Sagrado Coração de Jesus, certa vez, enquanto atravessava uma ponte, sentiu-se empurrada pelo Divino Mestre. Imediatamente perguntou-lhe: “Senhor, por que fizestes isto?”. Ele respondeu: “É assim que trato meus amigos, Teresa”. Ao que a santa, filialmente, e com aquela característica nota espanhola, redarguiu: “É por isso, Senhor, que tendes tão poucos… ”.
Apesar de receber tantos e tão grandes favores celestiais, na vida diária, com suas filhas espirituais, de nada se vangloriava, e estava constantemente buscando auxiliá-las e servi-las.
Desse modo, podemos perceber o quanto o eixo de sua existência consistiu numa contínua dedicação ao serviço de seu Divino Esposo, acontecesse o que acontecesse. Isto dava-lhe forças para enfrentar as tribulações e carregar serenamente as cruzes de cada dia, não se importando em “perder” a sua vida por causa de Cristo e do Evangelho (cf. Mt 10,39).
A 4 de outubro de 1582, há 440 anos, tendo combatido o bom combate, Teresa entregou sua alma virginal a Deus. O odor de sua santidade logo se espalhou por todo o mundo, sendo assim venerada em toda a Igreja universal.
Que ela interceda por nós do mais alto dos céus, e nos obtenha a Graça de vivermos nesta terra sem jamais tirar nossos olhos do fim para o qual fomos chamados, a contemplação da face de Deus por toda a eternidade.
Por Guilherme Maia
Fontes utilizadas: TERESA DE JESUS, Santa. Livro da vida. São Paulo: Penguin Classics, 2010.
WALSH, William Thomas. Teresa de Ávila. Trad. Henrique B. Ruas e José M. de Almeida. Coimbra: Aster, 1961.
AÑO CRISTIANO. v. 10 (octubre). Madrid: BAC, 2006.
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