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Tendo amado os seus, amou-os até o fim

O Pai Eterno, para dar a conhecer ao mundo sua bondade, enviou à Terra o seu Filho, para que Ele, com sua morte, nos restituísse a vida.

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“São Francisco de Sales chama o Monte Calvário de ‘o monte dos amantes’. Para que possamos compreender, em parte (pois totalmente seria impossível), o grande amor que Deus nos demonstrou na Paixão de Jesus Cristo, basta lançar um olhar ao que dizem as Sagradas Escrituras.

“Falando deste amor, diz o próprio Jesus: ‘De tal modo Deus amou o mundo que lhe deu seu Filho único’ (Jo 3,61). A palavra assim significa muito, ela nos faz compreender que, tendo-nos dado o seu Filho unigênito, nos demonstrou tal amor que nós nem sequer podemos compreendê-lo.

“São Paulo, considerando o amor de Deus, chega a dizer: ‘Impulsionado pelo grande amor com que nos amou, quando estávamos mortos em consequência de nossos pecados, deu-nos a vida juntamente com Cristo’ (Ef 2,4-5). Ele diz: ‘Pelo grande amor com que nos amou’. Como? Em Deus poderá haver excesso? Sim, fala desta maneira para que compreendamos que Deus fez pelo homem tais coisas que, se a fé não o atestasse, não se poderia crer.

Por isso exclama a Santa Igreja, cheia de admiração: ‘Ó admirável condescendência de Vossa compaixão para conosco! Ó inestimável predileção de vossa caridade! Para remirdes o Servo, entregastes o Filho’.

“O amor que Ele dedica ao homem parece, porém, ser-lhe caro e avantajado, pois chega a preferir o homem aos próprios Anjos, querendo morrer pelos homens e não pelos Anjos que se haviam extraviado”.

AFONSO MARIA DE LIGÓRIO. A Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo. São Paulo: Cultor de Livros, 2017, p. 243.

 

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