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Sociedade indígena: modelo ideal para alcançar a paz?

Alguns fatos trazidos à luz recentemente, mas pouco comentados, nos levam a refletir sobre a idílica vida dos índios.

Tzompantli Tovar

Redação (31/10/2021 09:09, Gaudium Press) Há uma fantasiosa corrente de opinião que exalta o estilo de vida dos índios. Afirmam eles que os índios viviam bem, sem leis, regulamentos ou impostos, livres, assim, da opressão. Como tudo era dividido entre todos, não existia a preocupação de um ganhar ou ser mais que o outro. Todos viviam o dia a dia, andando inteiramente à vontade pela selva, procurando algo para comer. O cacique era apenas um conselheiro; seus rituais eram inofensivos. Tinham seus deuses e “adoravam” a natureza, a mãe terra.

Os que assim pensam, na verdade, denunciam um mal: o aparecimento dos colonizadores brancos que impuseram sua religião e destruíram a fantástica e maravilhosa vida dos índios.

Ora, os acompanhantes de Hernán Cortés, conquistador espanhol, em seus escritos, relatam rituais macabros, sangrentos e abomináveis realizados pelos astecas que lhes causavam terror. Tais relatos, porém, foram considerados exagerados. Afinal, a cultura indígena não era tão sanguinária…

Entretanto, alguns fatos trazidos à luz recentemente, mas pouco comentados, nos levam a refletir sobre a idílica vida dos índios. Consideremo-los.

Tzompantli

640px Tzompantli en el Museo del Templo MayorA revista Science publicou que arqueólogos encontraram cerca de 650 crânios que formam o cilíndrico edifício de Tenochtitlan, perto do Templo Mayor, um dos principais da antiga capital asteca, que hoje se encontra na capital mexicana.

Os historiadores relatam ainda que essas centenas de crânios eram de guerreiros capturados e que foram colocados como adornos em Tzompantli – torre de crânios humanos erguida durante o império asteca – e que tudo isso fazia parte de um ritual muito comum em diversas culturas mesoamericanas anteriores aos espanhóis.

Outra descoberta desconcertante foram os crânios de mulheres e crianças encontrados nas escavações, descartando, assim, a ideia de que fossem decorrência de guerras. Os arqueólogos supõem que milhares de pessoas foram sacrificadas aos deuses astecas para fornecer os crânios usados na construção da estrutura.

Será que é uma ilusão ótica, que são histórias inventadas para justificar as conquistas e ganâncias dos brancos?

Vejamos, porém, mais informações. Segundo o Instituto Nacional de Antropologia e História, 75% das vítimas eram homens entre 20 e 35 anos, provavelmente guerreiros. Outros 20% eram mulheres e 5%, crianças.

Ritual asteca

No ritual, um sacerdote asteca utilizava uma lâmina afiada para abrir o peito da vítima e retirar o coração ainda pulsando. O corpo era, então, levado a um outro local, onde o sacerdote fazia um corte entre duas vértebras para retirar a cabeça.

640px Craneo en tzompantliEm seguida, o sacerdote removia toda a carne da cabeça, até restar apenas os ossos do crânio. Cortava, então, um buraco nas laterais do crânio e o inseria em um grosso pilar de madeira. Isso esclarece o porquê do sacrifício humano em grande escala na religião e cultura asteca e o seu papel fundamental na construção do império.

Essas descobertas desmistificam a ideia romântica dos rituais inofensivos indígenas. Para eles, o sacrifício humano era a chave para a saúde do mundo: uma forma de manter vivos os deuses e dar continuidade à existência. Quanto mais poderoso era um estado, mais vítimas ele sacrificava.

Caminho para a paz

Afinal, o estilo de vida dos índios não era tão cor-de-rosa como se pinta. Por isso, os missionários para lhes fazer o bem queriam lhes mostrar Deus como Pai misericordioso e não sanguinário…

Depois do pecado original, todo homem possui inúmeras más inclinações que o levam a praticar o mal e a querer fazer prevalecer seu amor-próprio, orgulho e más inclinações, sendo capaz de fazer qualquer tipo de atrocidade.

Todavia, Deus, através de seus mandamentos e de seu próprio Filho que enviou ao mundo, mostrou à humanidade o verdadeiro caminho para vivermos na paz, na concórdia, no respeito mútuo e na dignidade.

Bem-aventurados são aqueles que se deixam moldar, que abrem sua alma e seus corações para os verdadeiros e imutáveis ensinamentos da doutrina católica, pois encontrarão a paz nesta terra e a felicidade eterna.

Cada um de nós deve ser eternamente grato a todas as pessoas, sobretudo aos religiosos e missionários que deram e dão suas vidas para implantar o Reino de Nosso Senhor Jesus Cristo nesta terra.

Por Ir. Maria Cristina Miranda, EP.

 

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