São Pedro e São Paulo: pregadores pela cruz e pela espada
Celebramos nesta Solenidade de São Pedro e São Paulo dois autênticos testemunhos do Evangelho e da Verdade. Eles anunciam ao mundo de hoje uma única solução: dar testemunho de Cristo Jesus, Nosso Senhor, e de sua verdadeira Igreja, seja pela cruz, seja pela espada.
Redação (04/07/2021 09:49, Gaudium Press) Pensar que a perseguição à Igreja Católica seja uma realidade apenas dos primeiros séculos é um fatal engano. A Igreja verdadeira é hoje muito mais rejeitada, muito mais atacada, muito mais perseguida por ser ela quem é, do que fora antigamente na época das catacumbas e dos martírios.
Na verdade, os católicos que realmente desejam defender a fé e a sã doutrina da Igreja – como foi ensinada pelos apóstolos e explicitada pela teologia ao longo dos séculos – podem sentir em si a dilaceração causada pelo relativismo, pelo permissivismo e pela confusão generalizada de nosso século. Em outros termos, a “liberdade” proíbe a Igreja de ser livre!
Quem são os perseguidores?
A primeira leitura revela como é o plano dos que querem destruir a Santa Igreja. Por interesses mesquinhos e imorais o poder temporal pactua com as autoridades religiosas para perseguir a Igreja fundada por Nosso Senhor (cf. At 12,3).
Em diversos lugares costuma-se dizer que os perseguidores de Nosso Senhor são impulsionados por um rigorismo exacerbado em matéria de fé e moral que os torna fechados à “novidade do Evangelho”.
Ora, a realidade é bem outra. Foi a adesão ao espírito do mundo e a cumplicidade com seus poderes que levaram as autoridades religiosas a perseguir os cristãos. Não há como negar esse completo antagonismo entre Nosso Senhor e o mundo. Primeiro, porque Ele mesmo o disse: “Se o mundo vos odeia, sabei que antes odiou a mim” (Jo 15,18), e segundo porque o mundo não só quis tirar Cristo de entre os homens através da Cruz, mas também quis pôr fim à autoridade suprema de sua Igreja na cidade de Roma.
Com efeito, São Pedro e São Paulo, as vítimas desta perseguição, saíram vencedores, pois, nos dizeres do salmo responsorial, Deus “os libertou de toda angústia” (Sl 33, 7). Deus não permite que aqueles a quem Ele escolheu para serem coluna e fundamento para sua Igreja sejam impedidos pelos inimigos de cumprir sua missão. Ainda que Pedro estivesse preso e não tivesse como escapar do plano do mal, ele e os fiéis da Igreja deveriam rezar e confiar na solução definitiva (cf. At 12, 4-7).
As opiniões dominantes e a Opinião do Divino Mestre
No Evangelho (cf. Mt 16, 13-19), vê-se o cuidado do Divino Mestre em desvincular os seus discípulos das opiniões erradas dominantes, pois a verdadeira Igreja deve modelar o mundo conforme os preceitos evangélicos e não adaptar o Evangelho às máximas mundanas.
Com efeito, as palavras de Nosso Senhor estarão sempre em contradição com as máximas do mundo, e aqueles que, seguindo os passos de que São Paulo nos dá exemplo na segunda leitura (cf. 2Tm 4,6-8.17-18), são chamados a anunciá-las, têm a garantia de que Nosso Senhor está a seu lado, dando-lhes forças e fazendo com que a mensagem seja anunciada integralmente e ouvida por todas as nações (cf. 2Tm 4,17).
Qual é a “novidade do Evangelho”?
Estamos, sem dúvida, em um mundo que apregoa o relativismo religioso e moral. Assim, a “novidade do Evangelho” está precisamente em reafirmar as verdades eternas. Quem, para estar de bem com os poderes deste mundo, pregasse um Jesus conivente com o relativismo de nosso tempo e voltado tão somente para preocupações terrenas, sociológicas ou ecológicas acabaria por perseguir a Santa Igreja de Nosso Senhor, oferecendo à humanidade um falso Messias que nada teria a ver com Aquele que foi objeto da corajosa profissão de Fé de São Pedro e pelo qual os dois gloriosos Apóstolos derramaram seu sangue: um pela cruz, outro pela espada.
Por Afonso Costa
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