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São Pedro e São Paulo: Apóstolos dos Primeiros Tempos

O Espírito de Deus descerá à Terra, sob os rogos de Maria Santíssima, e a sua face será renovada.

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Redação (28/06/2020 09:27, Gaudium Press)  Quem conheceu São Pedro, um simples pescador de Betsaida, jamais podia imaginar que ele seria a pedra sobre a qual Nosso Jesus Cristo quis edificar sua Igreja: “[…] tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” (Mt 16,18).

Homem comum, expansivo, impetuoso, não gostava das coisas feitas pela metade; se era para fazer algo, fazia-o até o fim, chegando aos extremos. Amava muito seu Mestre: “Simão, filho de João, tu Me amas mais do que estes?” Pedro respondeu: “Sim, Senhor, Tu sabes que eu Te amo”. (Jo 21,16) Possuía fé, pois foi quem proclamou a divindade de Jesus: “Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo” (Mt 16, 16). Mas quão longe estava da perfeição. Quando, no pátio do Pretório, perguntaram-lhe se era discípulo de Jesus, ele negou, não só uma, mas três vezes!

Afinal, como chegou a ser o Vigário de Cristo e a entregar sua vida pela fé?

Vejamos agora o Apóstolo, São Paulo. Fariseu convicto, homem fogoso, empreendedor e conhecedor profundo das realidades da Fé, com grandes horizontes. Porém, era o terror e o flagelo dos cristãos. Obstinado e violento, perseguia-os sem cessar. Mas eis que, subitamente, uma luz o derrubou do cavalo e ao se levantar, tornou-se um ardoroso Apóstolo de Jesus Cristo e grande instrumento para a expansão do Cristianismo, mudando assim o próprio rumo da História. Seu fim? Condenado à morte e decapitado por defender sua fé em Cristo.

A intercessão de Nossa Senhora

Como homens aparentemente comuns tornam-se almas eleitas? E onde se encontra a sustentação das que têm a missão de fundar uma nova era na histórica, como, por exemplo, desses Apóstolos dos Primeiros Tempos?

Esta missão é sustentada ao longo dos séculos pelo poder divino, servindo-se, para isso, de numerosas almas que se imolam pela fidelidade e santidade destas almas tão chamadas; e sobretudo, pelos rogos da Mãe da Igreja, Nossa Senhora, Rainha do Céu e da Terra.

Nossa Senhora é a coluna que sustenta os eleitos a fim de erguer e expandir a Igreja, completando, por assim dizer, a intensa ação do Espírito Santo em suas almas[1]. Foi por meio d’Ela que o Verbo Eterno desceu à terra, e somente por meio d’Ela os homens poderiam subir ao mais alto dos Céus e ser divinizados pela graça. Com efeito, foi “por intercessão dEla que Pedro recebeu a missão de Vigário de Cristo”[2].

De fato, depois da morte do Mestre, Ela o guiava, aconselhava, estimulava seu entusiasmo por Jesus, mas equilibrava-lhe o ânimo a fim de ser menos presunçoso e habituar-se a dizer as coisas certas na hora adequada. Também fazia questão de que São Pedro exercesse sua autoridade, inclusive para formá-lo na função de Sumo Pontífice que lhe cabia e dar-lhe segurança no futuro [3].

Depois da Ascensão, os Apóstolos ainda precisavam de direção, consolo e ajuda, e ninguém melhor do que Maria para fazê-lo. E como Mãe, preocupava-se com cada um, aconselhava-os constantemente, com simplicidade, elevação e bondade.

Entretanto, em seu coração, Ela ansiava e rezava por um perfeito Apóstolo que tivesse uma alma de fogo e que conquistasse o mundo para Seu Divino Filho. Quando soube da devastação que Saulo de Tarso fazia aos cristãos, rezou por ele, expondo ao Seu Divino Filho as razões de conveniência para aquela conversão. No instante em que concluiu sua prece, São Paulo caiu do cavalo e ouviu uma voz que lhe dizia: “Saulo, Saulo, por que Me persegues?” (At 9, 4). E o orgulhoso fariseu declarou-se vencido: “Senhor, que queres que eu faça? (At 9, 6)”.[4] Maria Santíssima obteve-lhe a graça.

O amor de Nossa Senhora transformou-o em servo fiel, pronto para avançar contra os inimigos do verdadeiro Messias e partir para a conquista do mundo inteiro então conhecido.

Sem embargo, furiosos com a conversão de São Paulo, os opositores da Igreja de Cristo empregaram todos os meios para matar os Apóstolos, principalmente Pedro e Paulo. De fato, anos mais tarde foram martirizados.

Poderíamos nos perguntar: a missão deles foi totalmente realizada? O Reino de Cristo foi estabelecido sobre toda a Terra? Ou será que Nossa Senhora concebeu, também, em seu Coração, e já está formando novos Apóstolos dos Últimos Tempos – segundo a expressão utilizada por São Luís Maria Grignion de Montfort – que continuarão tão sublime missão e  implantarão uma nova Era onde a vontade de Deus será feita “assim na Terra como no Céu”?


[1] Cf. CLÁ DIAS, EP, João Scognamiglio.  Os mistérios da vida de Maria: uma esteira de luz, dor e glória. Parte II. São Paulo: Arautos do Evangelho, 2020, p.524.

[2] Cf. Idem, p.385.

[3] Cf. Idem, p.525.

[4] Cf. Idem, p.536.

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