São José Maria Escrivá: exemplo para a atualidade
“São José Maria Escrivá foi escolhido pelo Senhor para anunciar a vocação universal à santidade e para indicar que a vida de todos os dias, as atividades comuns são um caminho de santificação”. (SS. Papa João Paulo II)
Redação (26/06/2020 06:00, Gaudium Press) “Elevar o mundo a Deus e transformá-lo a partir de dentro: eis o ideal que o Santo Fundador vos indica, queridos Irmãos e Irmãs, que hoje vos alegrais com a sua elevação à glória dos altares. Ele continua a recordar-vos a necessidade de não vos deixar amedrontar por uma cultura materialista, que ameaça dissolver a identidade mais genuína dos discípulos de Cristo.”
Perante uma multidão de mais de 300 mil pessoas procedentes dos cinco continentes, no dia 6 de outubro de 2002, na Praça de São Pedro do Vaticano, o Papa João Paulo II pronunciava essas palavras ao celebrar a solene cerimônia de canonização de São José Maria Escrivá de Balaguer, Fundador do Opus Dei.
No dia seguinte, na homilia e no discurso que pronunciou, São João Paulo II resumiu, em breves palavras, a essência da mensagem espiritual desse santo. Transcrevemos a seguir alguns dos trechos mais marcantes.
O amor pela vontade de Deus
“No Fundador do Opus Dei, sobressai o amor pela vontade de Deus. Existe um critério seguro de santidade: a fidelidade na realização da vontade divina até às suas últimas consequências. O Senhor tem um projeto para cada um de nós, e a cada um confia uma missão na terra. O trabalho e qualquer outra atividade que se leva a cabo, com a ajuda da Graça, transformam-se em meios de santificação quotidiana.
“Poder-se-ia dizer que ele foi o santo da normalidade. Com efeito, ele estava convencido de que, para quem vive segundo uma perspectiva de fé, tudo é ocasião de encontro com Deus, tudo se torna estímulo à oração. Considerada assim, a vida quotidiana revela uma grandeza insuspeitável. A santidade coloca-se verdadeiramente ao alcance de todos.
“A vida habitual do cristão que tem fé, costumava afirmar José Maria Escrivá quer trabalhe quer descanse, quer reze quer durma, em todos os momentos, é uma vida em que Deus está sempre presente (Meditações, 3 de março de 1954).
“O Senhor fez com que ele compreendesse profundamente o dom da nossa filiação divina. Ele ensinou a contemplar o rosto terno de Pai no Deus que nos fala através das mais diversas vicissitudes da vida. Um Pai que nos ama, que continua a acompanhar-nos, passo a passo, a proteger-nos e a compreender-nos, esperando, de cada um de nós, a resposta do amor. A consideração desta presença paterna, que o acompanha a toda a parte, dá ao cristão uma confiança indefectível. Em todos os momentos, ele deve confiar no Pai celestial. Ele nunca se sente sozinho, nem tem medo. Na Cruz, quando ela se lhe apresenta não vê um castigo, mas uma missão confiada pelo próprio Senhor.
Vivemos no mundo para salvar o mundo com Cristo
“São José Maria Escrivá estava profundamente convencido de que a vida cristã contém uma missão e um apostolado: vivemos no mundo para salvar o mundo com Cristo. Ele amava o mundo de maneira apaixonada, com um ‘amor redentor’ (cf. Catecismo da Igreja Católica, n. 604). Foi precisamente por este motivo que os seus ensinamentos ajudaram um elevado número de fiéis comuns a descobrirem o poder redentor da fé, a sua capacidade de transformar a terra.
“São José Maria Escrivá foi um mestre no exercício da oração, que ele considerava como uma ‘arma’ extraordinária para redimir o mundo. Assim, recomendava sempre: ‘Em primeiro lugar, a oração; depois, a expiação; e em terceiro lugar, mas somente ‘em terceiro lugar’, a ação’ (Caminho, n. 82). Não se trata de um paradoxo, mas de uma verdade perene: a fecundidade do apostolado depende, sobretudo da oração e de uma vida sacramental intensa e constante. Em última análise, este é o segredo da santidade e do verdadeiro êxito dos Santos.
“Caríssimos Irmãos e Irmãs, o Senhor vos ajude a viver esta exigente herança ascética e missionária. Sustente-vos Maria, que o Santo Fundador invocava como Spes nostra, Sedes Sapientiae, Ancilla Domini!
“Nossa Senhora faça de cada um de nós uma autêntica testemunha do Evangelho, pronto a oferecer, em todo o lugar, uma generosa contribuição para a edificação do Reino de Cristo. Sirvam-nos de estímulo o exemplo e o ensinamento de São José Maria a fim de podermos também nós, no termo da nossa peregrinação terrestre, participar na ditosa herança celestial. No Céu, juntamente com os Anjos e com todos os Santos, havemos de contemplar o rosto de Deus e de cantar a sua glória por toda a eternidade”!
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A Igreja comemora a memória de São José Maria no dia 26 de junho, data de seu falecimento, oferecendo seus ensinamentos para todos os fiéis.
Voemos para a contemplação das grandezas de nosso Deus e de sua Mãe Santíssima, e nossa existência será santa, um verdadeiro reflexo das maravilhas celestiais.
Por Jiordano Carraro
Fontes:
JOÃO PAULO II. Homilia na Missa de canonização do Beato José Maria Escrivá, fundador da Opus Dei, em 6 de outubro de 2002. Disponível em: <www.vatican.va>.
JOÃO PAULO II. Discurso aos peregrinos vindos a Roma para a canonização de José Maria Escrivá Balaguer, em 7 de outubro de 2002. Disponível em: <www.vatican.va>.
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