São Josafá, bispo e mártir
São Josafá converteu-se ao catolicismo e foi apóstolo da unidade dos Cristãos no Oriente. A Igreja celebra sua memória no dia 12 de dezembro.
Redação (12/11/2024 09:36, Gaudium Press) São Josafá nasceu em Volodimíria, na Comunidade Lituano-Polaca (atualmente na Ucrânia). Sua vida, como narram os testemunhos, foi marcada pela luta na promoção da união.
Contudo, seu desejo não era a união política, o conglomerado de cidades ou ainda a supremacia de um chefe político. Esses aspectos eram de pouca relevância para ele. Os seus esforços de união eram para cumprir a vontade de Cristo: “ouvirão a minha voz, e haverá um só rebanho e um só pastor”. (Jo 10, 11)
Vida de São Josafá
São Josafá viu a luz em 1580. Sua família era ortodoxa, ou seja, dos cristãos russos que, há muitos anos, haviam rompido com a Igreja Católica, não reconhecendo a autoridade suprema do Santo Padre, o Papa.
A ilusão dos ortodoxos era a de evangelizar o povo, mesmo estando separados da verdadeira Igreja, a instituição de Cristo. Mas como poderia um ramo ser nutrido pela seiva que provém da raiz se este ramo se desprendeu da árvore? O único destino dos desertores era secar e virar obstáculo àqueles que passam pelo caminho.
O santo ucraniano percebeu essa realidade. Não só reconheceu a aridez da Igreja Ortodoxa, mas testemunhou a vida que florescia no culto verdadeiro. Já adulto e sagrado bispo de Polotsk, retornou a seio da Igreja verdadeira, tornando-se Católico Apostólico Romano.
Aos cristãos ortodoxos que se uniam à Mãe Igreja, era atribuído o termo uniatas, uma designação para diferenciá-los de seus conterrâneos cismáticos, que permaneciam perdidos em suas ideias e tradições.
São Josafá, porém, não se contentou apenas com sua conversão, ela asprirava mais. Iniciou uma reforma nos mosteiros da cidade. Aqueles que possuíam um bom coração, vendo o fervor e o trabalho do bispo, encontraram em seu exemplo a verdade, convertendo-se também e abraçando a real fé.
O número de conversões foi tão grande que São Josafá fundou outros mosteiros e conventos nas regiões adjacentes a Polotsk.
Fenômenos místicos
Os fenômenos místicos começaram a acompanhar sua vida. Certa vez, os irmãos viram fogo saindo da cela de São Josafá e deram o alarme. Quando entraram, o santo estava prostrado no chão com os braços cruzados.
Às vezes, ondas de demônios invadiam a igreja do mosteiro e soltavam uivos horríveis. São Josafá ia até a capela, afugentava-os, obrigava-os a ir até o cemitério e depois os jogava sobre os túmulos.
Os monges às vezes viam seres magníficos que o ajudam na missa: eram anjos. Quando ele rezava diante de uma imagem de Nossa Senhora, raios saiam dela e o envolviam com sua luz.
Martírio do glorioso santo
Com um trabalho impressionante de pastor e cuidador das ovelhas, não tardou para que a inveja nascesse no coração dos homens. Ah, infelizes! Vendo a autoridade de seu ensino, a força de vontade e o brilho da fé do bispo Josafá, recorreram ao ato mais abominável: o assassinato.
No dia 12 de novembro de 1623, após celebrar os sagrados mistérios em um templo que ele próprio havia fundado, em Vitebsk, na Bielorrússia, São Josafá foi cercado por ímpios e loucos. Estes mataram toda sua comitiva, sem piedade.
Josafá, então, bradou: “por que estão matando os meus se querem a mim?” Sua coragem, sua caridade ao se colocar à frente dos seus queridos feriu ainda mais os orgulhosos: era preciso destruí-lo.
Lançaram-se sobre o bispo com ferocidade, espancando-o até a morte. Com indiferença, jogaram seu corpo em um rio próximo. Entretanto, os fiéis que tomaram conhecimento do fato não perderam tempo: recuperaram seu corpo com veneração e procuraram prender os responsáveis pelo crime.
São Josafá, já na glória celeste, proporcionou aos criminosos a maior das honras: o arrependimento. Foram punidos, sim, mas já convertidos, mostraram sua boa-vontade em aceitar o castigo.
Declarado santo por Pio IX, em 1876, São Josafá representa para nós a importância de estar sob a autoridade do Papa, pois foi assim que Cristo quis: “Pedro, tu és pedra, e sobre esta pedra edificarei minha Igreja. E as portas do inferno não prevalecerão contra ela”.
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