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São João Clímaco

São João Clímaco, abade, foi o autor do famoso livro Escada do Paraíso, escrito no mosteiro do Monte Sinai, no qual representa o progresso espiritual como uma escada de trinta degraus para chegar a Deus. Sua memória é celebrada no dia 30 de março.

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Redação (30/03/2025 09:57, Gaudium PressSão João Clímaco nasceu na Palestina em 575. No século IV, as perseguições dos romanos aos cristãos haviam chegado ao fim devido ao declínio do Império Romano do Oriente, marcado por invasões bárbaras e perda de território.

 Simultaneamente, vários mosteiros modestos foram erguidos na área do Monte Sinai por numerosos monges, que aspiravam a uma vida de oração e contemplação.  Naquela época, esses mosteiros ganharam fama pela hospitalidade oferecida aos peregrinos e pelas bibliotecas que abrigavam manuscritos valiosos. As crônicas narram que, desde muito pequeno, ele lia livros de São Gregório Nazianzeno e São Basílio.

Neste cenário, São João Clímaco, aos 16 anos, decidiu ser monge e partiu para o Monte Sinai, local onde Deus entregou a Moisés as Tábuas da Lei.

Segundo os escritos do monge Daniel de Raito, João Clímaco teve como mestre o abade Martírio. Depois de quatro anos de intensa formação religiosa, espiritual e também cultural que o superior do mosteiro lhe ofereceu, ele foi admitido como religioso. Ele só saia das dependências do mosteiro quando precisava colher frutas, raízes e outros alimentos para si e para os monges. Além disso, ele só se encontrava com os outros monges nos finais de semana, quando faziam orações e celebrações coletivas.

Aos 20 anos, escolheu viver como eremita em uma gruta aos pés de um monte localizado próximo do atual mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai.

São João Clímaco dedicou-se por 40 anos à meditação das Sagradas Escrituras, à oração e a alguns trabalhos manuais. É considerado um dos maiores conhecedores da Bíblia Sagrada. Foi diretor espiritual de dezenas de monges no Oriente.

No Monte Sinai

Quando completou sessenta anos, São João Clímaco foi eleito unanimemente como o abade geral de todos os monges e eremitas que habitavam a serra onde se encontra o Monte Sinai.

Como abade, São João Clímaco produziu inúmeros escritos.  No entanto, apenas uma de suas obras foi preservada: “Escada do Paraíso”, um livro extremamente relevante e conhecido, que teve uma ampla divulgação durante a Idade Média.  Devido a este livro, São João recebeu o apelido de Clímaco, pois em grego significa “aquele da escada”.

Neste cargo, demonstrou uma grande sabedoria, em matéria de fé, a ponto de a sua fama se espalhar para fora dos muros do mosteiro, até chegar a Roma. Em uma Carta, o Papa Gregório Magno recomendou suas orações para si e aumentou os auxílios para os religiosos.

Ao receber o cargo de Vigário do Papa em Constantinopla, durante os anos 579-585/6, João Clímaco manteve contatos amigáveis com muitos padres do Sinai, com os quais se correspondia e a quem também influenciou.

Poucos anos depois, João deixou o mosteiro e, saudoso da vida eremítica, decidiu retirar-se para viver na solidão eremítica, vindo a falecer no ano 650.

A Igreja comemora São João Clímaco no dia 30 de março.

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Escada do Paraíso

Neste livro, São João Clímaco apresenta trinta degraus para subir até alcançar o estado de perfeição da alma. É um tratado de vida espiritual. Nele, toda a doutrina monástica, tanto para os noviços quanto para os monges, é explicada “degrau por degrau”, mostrando as dificuldades que virão, como superá-las até chegar à perfeição do amor de Deus. A felicidade do Paraíso se alcançará no fim da escada, após a morte, que é a passagem para a eternidade junto com Nosso Senhor Jesus Cristo.

Há três partes nesta escada: a primeira diz respeito ao abandono do mundo, a fim de voltar ao estado da infância evangélica, ou seja, tornar-se crianças, em sentido espiritual, mediante a inocência, o jejum e a castidade; a segunda é a luta espiritual contra as paixões: o reconhecimento e a cura das chamadas “doenças espirituais”; a terceira, por sua vez, é propriamente a perfeição cristã, que se desenvolve nos últimos sete degraus da Escada, os estados mais altos da vida espiritual, que podem ser experimentados por quem atinge a quietude e a paz interior. Com efeito, o último degrau da Escada consiste na sobriedade do espírito, alimentada pelas virtudes da fé, da esperança e da caridade.

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