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São Daniel Comboni

São Daniel Comboni, cuja memória é celebrada no dia 10 de outubro, foi o primeiro Bispo católico da África Central e um dos maiores missionários na história da Igreja. Fundou o Instituto dos Missionários Combonianos.

Daniel Comboni

Redação (10/10/2025 10:14, Gaudium Press) Daniel Comboni nasceu em 15 de março de 1831, em Limone sul Garda, na província de Brescia, Itália, no seio de uma humilde família de camponeses que servia a um abastado senhor local.

 Ainda jovem, manifestou o desejo de ser missionário no Japão, ao ler um livrinho, Vitórias dos Mártires, de Santo Afonso Maria de Ligório, que contava histórias de missionários que, no Japão, tinham passado por muitas dificuldades e pela grande prova do martírio. Mas, aos poucos, à medida que ia conhecendo as histórias de quem

voltava da África, passou a se sentir cativado por elas. “Foi em janeiro de 1849, quando era estudante de Filosofia, com 17 anos, que jurei aos pés de meu venerado superior, o pe. Mazza, consagrar toda a minha vida ao apostolado na África Central. Nunca faltei, com a graça de Deus e apesar da mudança das circunstâncias, à minha promessa. Desde aquele momento não tive o outro objetivo senão preparar-me para tão santa empresa”.

Seus pais, Luís e Domenica, nutriam grande afeição por Daniel, o quarto de oito filhos, dos quais a maioria faleceu em tenra idade. Apesar das dificuldades econômicas, a família Comboni era profundamente unida, sustentada por uma fé sólida e valores humanos inabaláveis.

Foi exatamente a condição de pobreza que compeliu Daniel a deixar sua vila natal para estudar em Verona, no Instituto fundado pelo sacerdote Nicola Mazza.

Ainda jovem, manifestou o desejo de ser missionário no Japão, ao ler um livrinho, Vitórias dos Mártires, de Santo Afonso Maria de Ligório, que contava histórias de missionários que, no Japão, tinham passado por muitas dificuldades e pela grande prova do martírio. Mas, aos poucos, à medida que ia conhecendo as histórias de quem voltava da África, passou a se sentir cativado por elas.

Durante os anos em Verona, Daniel descobriu sua vocação sacerdotal, concluiu os estudos de filosofia e teologia e, sobretudo, sentiu-se atraído pela missão na África Central, inspirado pelos testemunhos dos primeiros missionários mazzianos que regressavam do continente africano.

“Foi em janeiro de 1849, quando era estudante de Filosofia, com 17 anos de idade, que jurei aos pés de meu venerado superior, o pe. Mazza, consagrar toda a minha vida ao apostolado na África Central. Nunca faltei, com a graça de Deus e apesar da mudança das circunstâncias, à minha promessa. Desde aquele momento não tive o outro objetivo senão preparar-me para tão santa empresa”.

Para Daniel, o problema eram os pais. Cansados pela idade e bastante provados pelas dificuldades da vida, não tinha coragem de deixá-los sozinhos. No fim, tomou a decisão: se a África era realmente um chamado de Deus, Ele encontraria as maneiras de cuidar também dos velhos pais. A eles mandou uma foto, em cujo verso estavam escritas as palavras de Jesus: “Quem ama o pai e a mãe mais do que a mim, não é digno de mim!”

Ordenado sacerdote em 1854, três anos mais tarde partiu para a África, acompanhado de outros cinco missionários do Instituto Mazza, com a bênção de sua mãe, Domenica, que lhe disse: “Vai, Daniel, e que o Senhor te abençoe”.

Na África

Daniel Comboni, aos 31 anos

Daniel Comboni, aos 31 anos

Após uma árdua viagem de quatro meses, a expedição missionária da qual Comboni fazia parte chegou a Cartum, capital do Sudão. O impacto com a realidade africana foi profundo. Daniel deparou-se imediatamente com os desafios da missão: o cansaço extenuante, o clima hostil, as doenças, a morte prematura de jovens companheiros e a extrema pobreza e abandono da população local. Contudo, essas adversidades fortaleceram sua determinação de perseverar.

Em uma carta escrita da missão de Santa Cruz aos seus pais, expressou: “Teremos de sofrer, suar, morrer, mas a certeza de que se sofre e morre por amor a Jesus Cristo e pela salvação das almas mais abandonadas do mundo é um consolo tão grande que nos impede de desistir desta sublime empreitada”.

Diante da morte de um jovem companheiro missionário em África, Comboni, longe de desanimar, reafirmou sua vocação com ainda maior convicção: “Ou Nigrizia ou morte, ou a África ou a morte”.

Foi precisamente a África e seu povo que, ao regressar à Itália, inspiraram Comboni a conceber uma nova estratégia missionária. Em 1864, enquanto orava junto ao túmulo de São Pedro, em Roma, teve uma inspiração decisiva que o levou a elaborar o “Plano para a Regeneração da África”. Esse projeto, sintetizado na intuição “Salvar a África com a África”, refletia sua confiança inabalável nas capacidades humanas e religiosas dos povos africanos.

Bispo Missionário

Apesar de enfrentar significativas dificuldades e incompreensões, Daniel Comboni percebeu que a sociedade europeia e a Igreja Católica deveriam dedicar maior atenção à missão na África Central. Com esse propósito, empenhou-se em uma incansável obra de animação missionária por toda a Europa, solicitando apoio espiritual e material para as missões africanas, tanto junto a reis, bispos e nobres, quanto junto ao povo simples. Para esse fim, fundou a primeira revista missionária da Itália, um importante instrumento de sensibilização.

Sua fé inquebrantável no Senhor e na África o levou a criar, em 1867 e 1872, respectivamente, os Institutos Missionários masculino e feminino, posteriormente conhecidos como Missionários Combonianos e Irmãs Missionárias Combonianas.

Como teólogo do Bispo de Verona, participou do Concílio Vaticano I, onde conseguiu que 70 bispos endossassem uma petição em prol da evangelização da África Central (Postulatum pro Nigris África Centralis).

Em 2 de julho de 1877, Comboni foi nomeado Vigário Apostólico da África Central e consagrado bispo um mês depois. Essa nomeação confirmou a eficácia de suas ideias e ações, muitas vezes consideradas audaciosas ou até paranoicas, para a proclamação do Evangelho e a libertação do continente africano.

Nos anos de 1877 e 1878, enfrentou, ao lado de seus missionários e missionárias, uma devastadora seca e fome que dizimaram a população local e abalaram profundamente a atividade missionária.

Carregando sua cruz com alegria

Em 1880, com o mesmo entusiasmo de sempre, o Bispo Comboni retornou à África pela oitava e última vez, determinado a continuar, junto aos seus missionários, o combate contra a escravatura e a consolidação da missão por meio dos próprios africanos.

Um ano depois, exaurido pelo cansaço, pelas perdas recentes de colaboradores e pelas amarguras de acusações e calúnias contra a sua pessoa, a integridade moral de sua vida, e que eram orquestrados por colaboradores e pessoas próximas, adoeceu gravemente.

Em 10 de outubro de 1881, aos 50 anos, faleceu em Cartum, entre seu povo, marcado pela cruz que, como uma companheira fiel, jamais o abandonou. Em suas últimas palavras, afirmou com confiança: “Eu morro, mas a minha obra não morrerá”.

Sua obra não apenas sobreviveu, mas floresceu, como todas as grandes iniciativas que “nascem e crescem aos pés da cruz”. Ela continua viva graças à dedicação de inúmeros homens e mulheres que, inspirados por seu exemplo, escolheram seguir o caminho árduo e gratificante da missão entre os povos mais necessitados de fé e solidariedade humana.

Daniel Comboni foi canonizado pelo papa João Paulo II, na praça de São Pedro, Roma, na manhã do dia 5 de outubro de 2003.

Com informações e fotos combonianos.org.br

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