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Santa Verônica Giuliani: visão de uma alma no Purgatório

Entrou para as Clarissas aos 17 anos, exercendo as funções de cozinheira, enfermeira, mestra de noviças e abadessa.

Veronica Giuliani

Redação (09/07/2023 15:13, Gaudium Press) Quem é Santa Verônica Giuliani, uma das santas que a Igreja comemora hoje, dia 9 de julho?

Úrsula Giuliani, uma grande mística italiana, nasceu em Mercatello sul Metauro, Itália, em 1660, e aos 17 anos ingressou no mosteiro das Clarissas de Città di Castello, tomando o nome de Verônica. Exerceu diversas funções: cozinheira, enfermeira, mestra de noviças e abadessa. Recebeu os estigmas da paixão de Jesus e teve muitas visões e revelações privadas. Faleceu em 1727, após 33 dias de enfermidade. Foi canonizada em 1839.

Após sua morte, uma autópsia revelou que seu coração havia sido perfurado. Ao longo de sua vida, ela pediu ao Senhor que não tornasse seus estigmas visíveis para os outros. Durante 30 anos transcreveu suas visões em um diário, por obediência ao seu diretor espiritual. Hoje estes diários são documentos da vida extraordinária deste santa mística. A coleção destes diários leva o nome de “O Tesouro Escondido”, publicado em 10 volumes de 22.000 páginas, de 1825 a 1928.

Entre as diversas revelações, ela teve a visão do purgatório.

A alma do purgatório que apareceu três vezes a Santa Verônica Giuliani

Eu a vi de três maneiras:

A primeira vez pareceu-me que estava em um grande incêndio e que, nas mãos de demônios, passava por grandes tormentos. Cada visão desses espíritos infernais causava-lhe dor; mas, entre tantas penas, a maior era a do dano (ser privado da visão de Deus). Ela não podia pedir por ela mesma, estava sob o braço da justiça de Deus, e isso basta.

Na segunda vez, eu a vi afligida por grandes tormentos, principalmente nos sentidos. Parecia-me que a atormentavam nos olhos e ouvidos com ferros afiados e perfurantes. O tormento da língua era muito mais doloroso; parecia que ela saía da boca e tocava no chão, aparentando estar pregada ali, não com um prego de ferro, mas com o prego da mão de Deus.

Os demônios que são ministros da justiça divina, com todo o poder, a atormentavam, e ela, imóvel no mesmo lugar em que foi colocada, não podia se mover. No final, eu a via toda lacerada, perfurada com pontas de fogo, de pé em um fogo ardente e que se transformava em gelo. Parecia que a dita alma estava congelada por dentro, ou seja, ao mesmo tempo, sentia o fogo e o gelo.

Na terceira vez, ela apareceu da mesma forma. Por fim, meu Anjo da Guarda me fez saber que ela via o hábito de religiosa que usava, e esta simples visão renovava todos os tormentos e dores: porque ela vivera com o hábito religioso sim, mas não como uma religiosa.

De repente, fui transportada pelo meu próprio Anjo da Guarda até os pés de Maria Santíssima. Pedi-lhe ajuda, por esta pobre alma. Eu me ofereci por ela, qualquer dor e tormento. E Maria Santíssima me prometeu a graça, dizendo-me para contar tudo ao meu confessor e pedir a ele a obediência de sofrer algumas horas, para satisfazer a justiça de Deus por esta alma que me foi mostrada naquela situação. Eu entendi que, naquele momento, [aquela alma] obteve um pouco de refrigério…

Trechos dos Diários de Santa Verônica Giuliani – Rita Sberna

 

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