Sacerdotes nigerianos: “Uma espécie em extinção”?
Só este ano, 18 padres foram sequestrados. Cinco apenas em junho, de acordo com dados da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre, coletados pela Infocatolica.
Redação (14/07/2022 16:34, Gaudium Press) A situação do clero está muito ameaçada na Nigéria, país mais populoso da África. Tanto é assim que a Associação de Sacerdotes Católicos Diocesanos da Nigéria (NDCPA) disse que “é realmente triste que, no curso de suas atividades pastorais habituais, os sacerdotes tenham se tornado uma espécie em perigo de extinção”.
Com efeito, a situação religiosa já preocupa permanentemente o mundo inteiro. E do governo, pouco se espera, segundo declarações dos próprios sacerdotes: “Tentaram pedir ajuda ao governo em vários níveis, mas como a Conferência dos Bispos Católicos da Nigéria já observou, ‘está claro para a nação que o governo falhou em seu principal dever de proteger a vida dos cidadãos nigerianos’”.
Além dos sequestros de membros do clero, com alguns terminando em assassinato, o ataque às Igrejas está se tornando rotina.
O mundo ainda sente o cheiro de sangue do Massacre de Pentecostes na igreja de SãoFrancisco Xavier, em Owo, em 5 de junho passado, com quase 50 mortes; algo que ficou para trás, agora com mais um novo capítulo quando, em 19 de junho passado, três pessoas morreram e 40 foram sequestradas na igreja de São Moisés, em Robuh, durante a missa da manhã. A missa foi celebrada às 7 horas da manhã precisamente para favorecer a segurança dos fiéis, fustigados em ocasiões anteriores por comandos.
Não é incomum, neste contexto que mais parece um ‘salve-se quem puder’, que os sacerdotes nigerianos convoquem uma semana extraordinária de oração e jejum, adoração eucarística e recitação do rosário, que começou neste 11 de julho, simplesmente para permitir que eles cumpram sua missão de “pregar o Evangelho aos pobres, libertar os cativos, libertar os oprimidos, curar os contritos de coração, curar feridas, etc.”
Mas covardia por parte dos sacerdotes? Nenhuma: “Estamos cumprindo com esse chamado e continuaremos a fazê-lo”, afirma o comunicado do NDCPA.
Foto: David Levêque no Unplash
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