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Sacerdote jesuíta Matt Malone pede dispensa do estado clerical

O ex-editor-chefe da revista America, sacerdote jesuíta, Matt Malone, solicitou dispensa do estado clerical para poder se casar e constituir família.

Foto: Cmmb.org

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Redação (24/12/2024 15:55, Gaudium Press) The Dialog, um site da Diocese de Wilmington, nos EUA, informa que o ex-editor-chefe da Revista America, sacerdote jesuíta, Matt Malone, solicitou dispensa do estado clerical para poder se casar e constituir família, conforme ele anunciou em sua conta no X, em 19 de dezembro. O Pe. Malone é bem conhecido no mundo católico anglo-saxão por ter sido presidente e editor-chefe da revista America (2012-2020), a revista mensal dos jesuítas dos EUA com sede em Manhattan. O Pe. Malone foi o editor mais jovem da Revista America em sua história.

Diferentemente de outras comunidades, onde os religiosos fazem os “votos finais” antes da ordenação, o jesuíta em formação – sendo já sacerdote ou irmão – é incorporado no “corpo apostólico” da Província, recebendo uma missão e uma comunidade onde passa a viver. Aí estará durante alguns anos, até ser enviado para a “Terceira Provação”, momento final da formação que dura entre seis e oito meses. O jesuíta volta a fazer os Exercícios de mês e algumas das experiências do Noviciado, estuda de novo a vida de Inácio e as Constituições da Companhia, e sobretudo tem um tempo longo para olhar e rezar o caminho feito, riquezas e fragilidades, aprofundando assim os grandes pilares e desafios da sua vida dedicada a Deus e aos outros.

Uma vez concluída a Terceira Provação, o jesuíta regressa ao trabalho ativo, aguardando que lhe sejam concedidos os “Últimos Votos”. Estes representam a incorporação definitiva e solene na Companhia de Jesus. Algo que não aconteceu com o Pe. Malone, como ele mesmo escreve:

“Caros amigos: Na primavera passada, concluí um retiro de um mês com os Exercícios Espirituais completos de Santo Inácio de Loyola. À luz das graças desse tempo de oração, tomei uma decisão importante. Escrevi ao meu superior para informá-lo de que não buscarei a incorporação total aos jesuítas, e para solicitar que eu seja dispensado das obrigações do estado clerical. Tomei essa decisão porque desejo ser livre para ter uma família se tiver a oportunidade”, afirmou Malone.

Pe. Malone entrou na ordem jesuíta em 2002, e foi ordenado em 2012. Agora, após o pedido de “laicização” do Pe. Malone, é iniciado um processo canônico, e deve ser dada uma dispensa adicional para se casar.

“Embora eu esteja em paz com minha escolha, estou ciente de que essa notícia pode ser uma fonte de decepção para alguns daqueles a quem atendi nas últimas duas décadas. Por isso, só posso lhes pedir perdão”, escreveu o Pe. Malone no X.

“Quero enfatizar que minha decisão não é de modo algum uma forma de protesto”, continuou ele. “Amo profundamente tanto a Igreja quanto a Companhia de Jesus, que me deram tudo o que tenho na vida, inclusive a espiritualidade pela qual discerni esse caminho”.

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