Rezar é dialogar com Deus e desprezar a oração vocal é cair na soberba, diz Papa
Oração é diálogo com Deus, todas as criaturas “dialogam” com Deus, mas, diz Papa, no ser humano, a oração torna-se palavra, invocação, cântico, poesia…
Cidade do Vaticano (22-04-2021, 13:25, Gaudium Press) Na Audiência Geral da quarta-feira, o Papa Francisco continuou a desenvolver o ciclo de reflexões sobre a oração. Ele tratou da temática da “oração vocal” falando, novamente, desde a Biblioteca do Palácio Apostólico.
De início o Papa afirmou que “a oração é diálogo com Deus”, e, num certo sentido, todas as criaturas “dialogam” com Deus. Mas, o Pontífice destacou que, no ser humano, a oração torna-se palavra, invocação, cântico, poesia…
Segundo Francisco a Palavra divina fez-se carne, e na carne de cada homem a palavra volta a Deus em forma de oração.
No coração do homem existem também sentimentos maus: nenhum de nós nasce santo
O Papa recordou em suas reflexões que as palavras nascem dos sentimentos, mas que há também o caminho inverso quando as palavras é que moldam os sentimentos. É por este motivo que a Sagrada Escritura nos ensina a rezar até com palavras às vezes audazes, disse ele.
Continuando com seu raciocínio, Francisco lembrou aos presentes a verdade –por vezes esquecida– de que nenhum de nós nasce santo e que no coração do homem existem também sentimentos maus, nada edificantes, que podem conduzir ao pecado.
O Pontífice ensinou que quando estes sentimentos negativos batem à porta de nossas almas, só conseguiremos afastá-los com a oração, com a Palavra de Deus que os afugenta e não permite que o mundo seja inundando pelo mal, pelo pecado, pela violência.
O Papa comentou que a primeira oração humana é sempre uma expressão vocal e lembrou que a oração vocal não significa repetir palavras: ela é a oração mais segura e pode ser praticada sempre, disse.
Não devemos desprezar a oração vocal: a oração é uma como uma âncora
A oração dos lábios, sussurrada ou recitada em coro, está sempre disponível, é e tão necessária quanto o trabalho manual: “Ela é como uma âncora” e devemos segurarmos na oração para nos mantermos fiéis.
Nesse ponto de sua reflexão, o Papa exortou os ouvintes de que não se deve desprezar a oração vocal: isto “é coisa para as crianças, para as pessoas ignorantes. Eu busco a oração mental, a meditação, o vazio interior para que Deus venha…”
O Pontífice ainda expressou um pedido: por favor, disse, “não cair na soberba de desprezar a oração vocal, é a oração dos simples, aquela que Jesus nos ensinou. Pai-Nosso, que estais nos céus…”.
E fez uma reflexão final:
“As palavras que pronunciamos levam-nos pela mão; às vezes restituem o sabor, despertam até o mais adormecido dos corações; estimulam sentimentos dos quais tínhamos perdido a memória. E acima de tudo, de maneira segura, são as únicas que dirigem a Deus as perguntas que Ele quer ouvir. Jesus não nos deixou na névoa. Disse-nos: ‘Eis como deveis rezar!’. E ensinou a oração do Pai-Nosso.” (JSG)
(Informações e Foto VaticanNews)
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