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Relatório anual da AIS indica aumento de violações à liberdade religiosa no mundo

“A liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do mundo (31,6%) onde vivem dois terços da população mundial”, afirma a AIS.

 “A liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do mundo (31,6%) onde vivem dois terços da população mundial”, afirma a AIS.
Redação (20/04/2021, 17:03,  Gaudium Press) O Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo 2021, que foi apresentado hoje pela “Fundação Ajuda à Igreja que Sofre” (AIS), denuncia um aumento das violações à liberdade de culto e de consciência.

Segundo a AIS, “A liberdade religiosa é violada em quase um terço dos países do mundo (31,6%) onde vivem dois terços da população mundial”.

Esta já é a 15ª edição do relatório da AIS. Ele ressalta que 62 dos 196 países analisados enfrentam “violações muito graves da liberdade religiosa”.

O número de pessoas que vivem nestes países está acima dos 5 bilhões uma vez que “os piores infratores incluem alguns dos países mais populosos do mundo”: China, Índia, Paquistão, Bangladeche e Nigéria.

De onde vem os ataques mais sistemáticos e flagrantes, as discriminações e perseguição religiosas

“Os ataques sistemáticos e flagrantes vêm de governos, seja da China ou da Coreia do Norte, e de grupos terroristas internacionais como o Boko Haram ou o Daesh e outros grupos fundamentalistas”, informa a AIS.

Segundo a fundação pontifícia, a discriminação e a perseguição com base em crenças religiosas é “um fenômeno global crescente”.

“Entre os conflitos violentos, na Síria, Iémen, Nigéria, República Centro-Africana, Moçambique, para mencionar apenas alguns, estão aqueles que, manipulando as mais profundas convicções da humanidade, instrumentalizaram a religião na busca do poder”, assinala a AIS.

O documento alerta, em particular, para um aumento do jihadismo na África e apresenta “Moçambique como exemplo, quando se fala de um num “ciclo descontrolado de violência”.

A AIS observa que, nos últimos dois anos, os grupos jihadistas consolidaram a sua presença na África Subsariana, região que se tornou “um paraíso para mais de duas dezenas de grupos ativos e cada vez mais cooperantes em 14 países, incluindo filiados do Daesh e da Al-Qaeda”.

Perseguições religiosas oriundas de ditaduras comunistas

O relatório indica que, enquanto a liberdade religiosa na África sofre de violência intercomunitária e jihadista, na Ásia a perseguição de grupos religiosos provém principalmente de ditaduras marxistas:

“Na China e na Coreia do Norte, que são os piores infratores na categoria vermelha, a liberdade religiosa é inexistente, tal como a maioria dos direitos humanos”, sustenta a fundação pontifícia.

Impacto de movimentos nacionalistas étnico-religioso na Ásia.

A investigação da AIS observa também o impacto de movimentos de nacionalismo étnico-religioso na Ásia.

O relatório apresenta 10 pontos de conclusões, começando pelo risco de “califados” transcontinentais e a expansão global do “cibercalifado”, para recrutamento e radicalização online no Ocidente.

Os “culpados” pela Pandemia, perseguição de governos fundamentalistas, vigilância cibernética na China

A AIS denuncia que várias minorias religiosas foram “culpadas pela pandemia” em países como a China, o Níger, a Turquia, o Egipto e o Paquistão, com aumento da sua discriminação.

A fundação indica que governos autoritários e grupos fundamentalistas têm intensificado a perseguição religiosa e informa que, num número crescente de países, “foram registados crimes contra raparigas e mulheres raptadas, violadas e obrigadas a mudar a sua fé através de conversões forçadas”.

Outra preocupação, registada a partir da situação na China, liga-se ao uso de tecnologias de “vigilância repressiva” contra os grupos religiosos.

O Relatório da Liberdade Religiosa no Mundo 2021 dedica várias observações ao impacto da pandemia da Covid-19, que teve “profundas implicações para os direitos humanos, incluindo a liberdade religiosa”.

“Os Estados têm utilizado a insegurança para aumentar o controlo sobre os seus cidadãos, e os participantes não estatais têm aproveitado a confusão para recrutar, expandir e provocar crises humanitárias mais vastas”, alerta a AIS. (JSG)

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