Relatório sobre crimes de abuso sexual na Igreja é publicado na Eslováquia
A Igreja Católica na Eslováquia publicou o primeiro relatório sobre os crimes de abuso sexual cometidos por membros da hierarquia eclesiástica contra menores
Redação (06/03/2024 12:50, Gaudium Press) A Igreja Católica na Eslováquia publicou o primeiro relatório sobre os crimes de abuso sexual cometidos por membros da hierarquia eclesiástica contra menores.
O primeiro relatório sobre a proteção de menores na Igreja foi elaborado pela Comissão da Conferência dos Bispos da Eslováquia (KBS – Komisia Konferencie biskupov Slovenska) e foi apresentado durante a 107ª assembleia plenária da conferência episcopal eslovaca que aconteceu na última terça-feira, 6 de março, no Mosteiro carmelita em Košice-Lorinčík.
O Arcebispo de Košice e presidente da KBS, Dom Bernard Bober, discursou durante a apresentação do documento e relembrou que esforços vem sendo feitos para prevenir e proteger os menores de crimes de abuso sexual. O Prelado lamentou os abusos que aconteceram no passado e expressou sua proximidade com todos aqueles que foram vítimas, ao mesmo tempo, em que reprovou a negligência face a estes abusos no passado.
Dom Bober explicou que a igreja está disposta a ajudar as vítimas e suas famílias através de um acompanhamento profissional específico. Ele afirmou igualmente que é necessário encarar com honestidade os números do estudo para propor melhorias e cumprir a tolerância zero sobre os abusos, propagada pelo Papa Francisco.
Mesmo reconhecendo que crimes foram cometidos por membros da Igreja, o Arcebispo exortou a vigilância e a proteção dos menores em todos os setores da sociedade pois o fenômeno dos abusos é um problema de toda a sociedade.
Alguns dados do relatório
A comissão foi criada em 2018 para investigar os abusos cometidos por clérigos ou leigos com cargos importantes dentro da Igreja na Eslováquia, desde 1990 até agora. Ao todo, foram recenseadas 68 denúncias das quais 39 foram confirmadas, porém os números, segundo à própria comissão, podem ser em realidade mais altos. Os abusos foram denunciados pelas vítimas, o que leva a comissão a supor que outros tantos casos não tenham sido divulgados.
A maioria das denúncias recebidas aconteceu nas dioceses de rito latino, totalizando 50 casos, 15 casos estão relacionados com ordens religiosas e três outros casos aconteceram na Igreja Greco-Católica do país. Os dados estatísticos dos 39 casos confirmados estão descritos no documentos e apontam que as vítimas são predominantemente jovens com idade entre 14 e 18 anos, dos quais 54% são do sexo feminino.
Foram identificados 34 sacerdotes entre os agressores, três religiosos e dois leigos. Algumas sanções já foram tomadas contra os agressores, entre as mais comuns está a demissão do estado clerical (14 sacerdotes), a proibição de atividades públicas entre outras restrições, cinco advertências canônicas foram feitas e os leigos foram demitidos de suas funções. (FM)
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