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Primeira missa na Catedral de Notre-Dame após sua reabertura

No dia seguinte à reabertura da catedral, após mais de cinco anos de obras, a missa inaugural é celebrada neste domingo, 8 de dezembro, Solenidade da Imaculada Conceição, na presença de inúmeras personalidades e chefes de Estado.

Foto: Mgr E.Gobilliard/ X

Foto: Mgr E.Gobilliard/ X

Redação (08/12/2024 15:36, Gaudium Press) A celebração foi presidida pelo Arcebispo de Paris, Dom Laurent Ulrich, que consagrou o altar-mor, e contou com a presença do Presidente Emmanuel Macron, juntamente com 2.500 convidados, incluindo dezenas de chefes de estado, cerca de 170 bispos franceses e de outras partes do mundo, um sacerdote de cada uma das 106 paróquias da Arquidiocese de Paris e um sacerdote de cada uma das sete igrejas católicas de rito oriental.

Além disso, cerca de 150 pessoas que vivem em condições precárias estavam presentes, de acordo com a mensagem do Papa Francisco de que elas estão no centro do Evangelho e que a Igreja é a casa de todos, especialmente dos mais vulneráveis.

No início da missa, o Arcebispo Ulrich saudou o público e também os cidadãos do mundo afetados pela guerra, pela violência e pelo terrorismo.

Em sua homilia, Dom Ulrich evocou a alegria da ressurreição de Notre-Dame. “Nesta manhã, a tristeza de 15 de abril de 2019 foi apagada”, disse o bispo, enfatizando a esperança que precedeu essa reabertura, desde os primeiros momentos após o incêndio. “Embora o choque causado pelo incêndio possa ter sido duro”, a dor já foi superada, e muitas orações subiram dos cais do Sena e de centenas de milhões de corações em todo o mundo”.

“Irmãos e irmãs de Paris. Não fiquem apenas deslumbrados com a beleza das pedras”, exortou o arcebispo de Paris. “Deus é a própria liberdade, que se doa, que se entrega”. “Nesta manhã, Deus é a causa de nossa alegria. Não hesitemos em dizer com o salmista: ‘Que coisa maravilhosa o Senhor fez por nós; estávamos em grande festa!

Foto: screenshot/ Youtube

Foto: screenshot/ Youtube

Durante a cerimônia, houve também a “deposição das relíquias dos santos dentro do altar”, momentos antes de o arcebispo fazer a unção sagrada do altar com o óleo do Crisma.  Elas são de Santa Catherine Labouré, a quem a Virgem Maria apareceu no convento Filles de la Charité na rue du Bac (conhecido como o local da “Medalha Milagrosa”); Santa Madalena-Sofia Barat, a fundadora da Congregação do Sagrado Coração; e Santa Marie-Eugénie Milleret, que se converteu ao ouvir o pregador dominicano Lacordaire em Notre-Dame. Ao lado delas há uma relíquia de Charles de Foucauld, o famoso eremita do deserto argelino que se converteu na igreja de Saint-Augustin, e também do Padre Vladimir Ghika, um sacerdote romeno da diocese de Paris, que morreu devido as torturas nas prisões do regime comunista romeno e declarado beato pela Igreja Católica.

O costume de colocar relíquias de santos sob o altar originou-se nos primeiros séculos da Igreja, nas catacumbas, onde se tornou habitual celebrar a Missa sobre a pedra tumular de um mártir. Com isso, se queria significar que o sacrifício dos membros encontra seu princípio no sacrifício da Cabeça, que é Jesus Cristo. Na atualidade, a Igreja não exige que as relíquias colocadas sob o altar sejam exclusivamente de mártires.

Depois do rito da unção, colocou-se sobre o altar um fogareiro para queimar o incenso, simbolizando com esse ato que o sacrifício de Cristo, perpetuado ali sacramentalmente, sobe até Deus como suave aroma, juntamente com as orações dos fiéis.

Até o próximo fim de semana, a diocese está organizando a “oitava” com duas missas diárias, às 10h30min e às 18h30min. Um dos destaques da semana será o retorno da coroa de espinhos a Notre-Dame na tarde de sexta-feira.

Após essas cerimônias de reabertura, espera-se a visita de 14 e 15 milhões de pessoas por ano.

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