Presidente do episcopado venezuelano: eleições devem resultar em grandes mudanças necessárias
O Arcebispo de Cumaná solicitou o fim da prática de usar a violação dos direitos dos cidadãos como forma de exercer controle político.
Redação (08/03/2024 15:32, Gaudium Press) A Conferência Episcopal Venezuelana (CEV) emitiu uma nova declaração na qual apela ao fim da perseguição àqueles que pensam de forma diferente do regime de Maduro e à cessação da violação dos direitos dos cidadãos como forma de controle político.
As eleições presidenciais serão realizadas na Venezuela em 28 de julho, porém, o processo preparatório tem enfrentado obstáculos por denúncias de obstrução por parte do regime chavista.
O presidente da CEV, Dom Jesús González de Zárate, publicou no site da instituição sua mensagem referente ao período da Quaresma, destacando a importância deste tempo de reflexão, de regresso a Deus e ao próximo, de uma conversão que é caminhar da escravidão à liberdade, mas onde responde também à questão de como os bispos daquele país sofrido veem a realidade em que vivem.
Em janeiro passado, os bispos da Venezuela expressaram sua preocupação com o sofrimento do povo venezuelano em áreas como saúde, educação, alimentação, salários baixos e corrupção, identificando tais questões como violações flagrantes dos direitos humanos que desdenha a condição de cidadãos e filhos de Deus. Em meio a um sofrimento considerável e desafios monumentais que enfrenta a Venezuela, Dom Gónzalez enfatizou que não é possível permanecer indiferente a essa realidade.
O arcebispo de Cumaná, em entrevista, destacou que a aspiração geral da população é ver realizadas eleições presidenciais de acordo com as garantias previstas na Constituição e nas leis, as quais conduzam às grandes mudanças necessárias para o país.
Diante das eleições, o entrevistador questionou ao Arcebispo de Cumaná qual seria sua sugestão para a sociedade venezuelana.
“Na linha de pensamento que desenvolvi antes, um processo eleitoral democrático exige a coragem da conversão, pela qual saímos da escravidão das repetidas propostas e promessas falsas apresentadas como verdade, o fim da perseguição a quem pensa diferente e a violação dos direitos dos cidadãos como mecanismo de controle político, a superação do confronto, o descrédito e a desqualificação como forma de exclusão”, sublinha Dom Jesús González de Zárate.
“Conforme declararam os bispos da Venezuela em janeiro: ‘Este deve ser um momento para buscar, entre todos os fatores da sociedade venezuelana, um compromisso no projeto de uma visão compartilhada do país que coloca como valor central a dignidade e a importância da pessoa humana, de cada um de seus habitantes'”, concluiu.
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