Por tua culpa, estou no inferno!
“Por tua culpa, estou no inferno! Cuidado. Deus quis que eu te avisasse. E para que não duvide da veracidade da minha aparição, deixo-te esta marca”.
Foto ilustrativa. Museu das almas do purgatório em Roma/ Facebook.
Redação (06/09/2025 06:34, Gaudium Press) Por ordem de Deus, uma terrível mensagem chegou à Casa Provincial dos Sacerdotes da Missão, localizada na Via dei Vergini, 51, em Nápoles, em favor de um pobre pecador que estava fazendo retiro ali.
Neste local, encontra-se uma imagem de Cristo Crucificado sobre uma tela e emoldurada em madeira. O que a torna notável são as marcas de duas mãos, gravadas na parte inferior, como se tivessem sido queimadas pelo fogo. De onde provêm essas marcas?
Em Florença, um jovem envolveu-se em uma relação pecaminosa com uma mulher casada. Seu pai, um católico fervoroso, ficou profundamente angustiado. Repreendeu o filho diversas vezes e até implorou aos Padres Lazaristas de Florença que o reconduzissem aos deveres cristãos, mas sem sucesso. Pouco tempo depois, a mulher adoeceu subitamente e, em poucos dias, faleceu e foi sepultada. O jovem, abalado pela dor e pelo desespero, quase perdeu a razão. Seu pai o incentivou a participar de um retiro na Casa dos Missionários em San Jacopo Soprano, na esperança de que pudesse entregar seu sofrimento a Deus. O jovem aceitou, e os sacerdotes o receberam com afeto.
Na noite do primeiro dia dos exercícios espirituais, enquanto os demais participantes jantavam, o jovem não apareceu. Pensando que talvez tivesse adormecido, o diretor foi até seu quarto e bateu à porta uma, duas vezes, sem resposta. Ao abrir a porta, uma nuvem de fumaça o envolveu. Alarmado, ele correu em busca de ajuda. Outros missionários o seguiram até o local e encontraram o jovem inconsciente no chão. Eles o levaram para a cama e conseguiram reanimá-lo. Ao procurar a origem da fumaça, o diretor percebeu que o genuflexório estava queimado nos pontos onde são apoiados os joelhos e cotovelos. Na parede, havia um quadro sem vidro com a imagem de Cristo crucificado, que se encontrava queimado como se duas mãos em chamas tivessem sido pressionadas contra ele. Os dedos haviam perfurado a tela.
Após recuperar a consciência, o jovem relatou o ocorrido: antes do jantar, sua falecida amante apareceu-lhe envolta em chamas e cheia de ira. Com uma voz terrível, ela exclamou: “Por tua culpa, estou no inferno! Cuidado. Deus quis que eu te avisasse. E para que não duvide da veracidade da minha aparição, deixo-te esta marca.” Em seguida, ajoelhou-se no genuflexório e colocou suas mãos em chamas sobre o Crucifixo, deixando as marcas que permanecem até hoje.
Profundamente abalado, o jovem se arrependeu e converteu-se. Por respeito à honra da família, que era muito conhecida em Florença, o Superior buscou manter o caso em segredo. O Padre Scaramelli, então Superior da Casa, preservou o Crucifixo e o genuflexório.
Ainda jovem Santo Afonso Maria Ligório, fez um retiro nesta Congregação e, ao ver o quadro, sentiu-se profundamente tocado e tomou a decisão de abandonar o mundo.
Esta história encontra-se no Petit Pré spirituel da Congregação da Missão (Paris, 1880).
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