Por que há pias de água benta na entrada das igrejas?
Ao fazer o sinal da cruz com a água benta na entrada das igrejas, nos defendemos das ciladas do demônio, afastamo-nos das coisas do mundo e pedimos ao EspÃrito Santo que ilumine nossos corações.
Redação (26/01/2025 15:50, Gaudium Press) O refrescante contato das pontas dos dedos com a água benta, seguido do superior refrigério espiritual ao se fazer o sinal da cruz, costuma marcar a transição entre o bulÃcio da rua e a paz do recinto sagrado ao se entrar numa igreja católica. Mas você já se perguntou por que esse fato se dá justamente à s portas do templo?
No Livro do Êxodo, lemos que Deus ordenou a Moisés instalar uma bacia de bronze entre a tenda da reunião e o altar, a fim de Aarão e seus filhos ali realizarem as abluções rituais prévias ao serviço do culto (cf. Ex 30, 17-21). Mais tarde Salomão mandou construir um amplo reservatório de água, denominado Mar de bronze, no átrio do Templo de Jerusalém para que os sacerdotes pudessem purificar-se antes de iniciarem suas funções cotidianas (I Rs 7, 23-26).
Segundo refere Eusébio de Cesareia (História Eclesiástica. L.X, c.4, n.40), ao edificar os lugares de culto a Santa Igreja conservou o costume construir em seus átrios fontes ou piscinas – chamadas cantharus aquarum –, onde os fiéis lavavam as mãos e os pés. Essas abluções não tinham mais finalidade ritual, mas de asseio e simbólica: elas eram imagem do banho regenerador do Batismo e recordavam a pureza interior necessária para se adentrar na casa de Deus. Contudo, tratava-se ainda de água comum, carente de qualquer virtude sobrenatural.
Com o passar do tempo, as fontes primitivas cederam lugar às pias de água benta, de tamanho menor e postas à entrada das igrejas. Já no começo do século IX, Carlos Magno prescrevia em suas Capitulares que nas Missas de domingos o sacerdote deitasse água benta num recipiente apropriado, a fim de os fiéis se aspergirem antes de adentrar no recinto sagrado.
Ao fazer o sinal da cruz com a água benta na entrada das igrejas, nos defendemos das ciladas do demônio, afastamo-nos das coisas do mundo e pedimos ao EspÃrito Santo que ilumine nossos corações, infundindo a devoção, reverência e silêncio próprios à casa de Deus.
ExtraÃdo da Revista Arautos do Evangelho, jan. de 2025
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