Por que a mesa de comunhão nas igrejas?
O rito da comunhão é o ponto de referência de toda a Celebração Eucarística.

Foto: Wikipedia
Redação (23/12/2025 09:31, Gaudium Press) O que é a mesa de comunhão? A mesa de comunhão ou grade de comunhão é uma barreira física colocada em frente ao altar nas igrejas católicas. Ela separa o presbitério (área do altar) da nave (onde ficam os fiéis), servindo como apoio para quem recebe a Eucaristia.
Simbolicamente, representa a distinção entre o espaço sagrado do altar e a assembleia, reforçando a reverência à Presença Real de Cristo na Eucaristia.
Era um elemento comum nas igrejas católicas desde o século IX, mas muitas foram removidas após o Concílio Vaticano II, em um esforço para reduzir a “distância” percebida entre clero e fiéis, tornando o ambiente menos formal.
Nos últimos anos, especialmente nos Estados Unidos, várias paróquias têm restaurado ou instalado mesas de comunhão em busca de maior beleza litúrgica, reverência e profundidade espiritual. Exemplos incluem igrejas na Geórgia e Virgínia, onde os párocos relatam crescimento na devoção eucarística dos fiéis.
Diante da recente polêmica envolvendo a proibição das mesas de comunhão na Diocese de Charlotte (EUA), em contraste com movimentos em outras dioceses que valorizam sua restauração, surge uma oportunidade para refletir sobre esse elemento litúrgico.
Em muitas paróquias ao redor do mundo, as mesas (ou grades de comunhão) foram removidas de forma discreta ao longo das décadas, sem grandes debates, como se fossem apenas um resquício de épocas passadas. No entanto, uma análise calma e objetiva revela que sua recuperação traz benefícios significativos, tanto do ponto de vista litúrgico quanto pastoral e prático. Longe de ser mero ornamento, a mesa de comunhão se coaduna perfeitamente com a essência do ato de receber o Corpo de Cristo.
Eis cinco razões práticas para considerar seu retorno.
Mais ordem e serenidade no momento da Comunhão
A mesa de comunhão promove uma organização simples e eficiente: os fiéis se posicionam ajoelhados (ou em pé) ao longo dela, e o sacerdote se desloca de forma contínua, sem pausas ou interrupções. Isso elimina filas desordenadas, cruzamentos confusos e atrasos desnecessários. O resultado é uma distribuição mais fluida, tranquila e, surpreendentemente, mais rápida, preservando o clima de recolhimento que deve envolver esse momento sagrado da Missa.
Reduz a necessidade de ministros extraordinários
Com um ritmo ordenado e constante, um único sacerdote – idealmente auxiliado por um acólito com a patena – pode atender facilmente a uma grande quantidade de fiéis. Dessa maneira, o uso rotineiro de ministros extraordinários da Comunhão torna-se algo verdadeiramente excepcional. Não se trata de excluir os leigos, mas de respeitar a hierarquia dos ministérios e priorizar o papel ordinário do sacerdote.
Favorece o recolhimento interior
Ajoelhar-se em frente da mesa de comunhão é um gesto corporal de reverência profundamente enraizado na tradição cristã, que ajuda a educar o coração para o encontro com Cristo. Sem a pressa de filas em movimento ou ruídos excessivos, o fiel ganha um momento breve para adorar e receber a hóstia com maior consciência e devoção. O corpo, assim, auxilia a alma na oração, transformando a recepção do Comunhão em um ato mais profundo.
Maior cuidado e reverência com o Santíssimo Sacramento
Ao receber a Comunhão ajoelhado, geralmente na boca e sob a atenção direta do sacerdote e do acólito, diminuem significativamente os riscos de partículas caírem ou de manipulações inadequadas. Em tempos em que a atenção à presença real de Cristo na Eucaristia é tão necessária, a mesa de comunhão oferece uma solução prudente e concreta para expressar, por meio de gestos, o respeito devido ao Corpo do Senhor.
Uma catequese sobre a centralidade da Eucaristia
Sem necessidade de palavras, a mesa de comunhão ensina por si só. Ver os fiéis ajoelhados e o sacerdote distribuindo a Comunhão torna visível a fé da Igreja na presença real de Cristo. O arranjo do espaço sagrado vira uma lição silenciosa, recordando que a Comunhão não é um ato rotineiro, mas um encontro pessoal e sagrado com o Senhor. A arquitetura litúrgica, afinal, nunca é neutra: ela forma a fé e reforça a centralidade da Eucaristia na vida cristã.
Essas razões não surgem de saudosismo, mas de uma lógica pastoral que prioriza a reverência, a beleza e a profundidade espiritual. Em um mundo acelerado, recuperar as mesas de comunhão pode ser um convite sutil a reverenciar o Sagrado na Eucaristia.
Com informações Infovaticana





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