Pontifícia Universidade Gregoriana demite Pe. Rupnik
Nesta universidade, o jesuíta acusado de abusos dirigia duas teses de doutorado, e tinha compromissos futuros. O Vaticano mantém silêncio sobre o caso Rupnik.
Redação (14/01/2023 10:29, Gaudium Press) O portal Church Militant informa que a Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma demitiu o Pe. Marko Rupnik, artista acusado de ter abusado de várias religiosas da Comunidade Loyola. Além disso, esta universidade, administrada por jesuítas, determinou que todas as referências ao sacerdote fossem retiradas de seu site.
Segundo uma fonte da Church Militant na Gregoriana, em uma reunião dos decanos da universidade, realizada na última terça-feira, o reitor Mark A. Lewis SJ insistiu que o Pe. Rupnik não poderia ser mais orientador de dois estudantes dessa instituição, mesmo que um deles estivesse chegando ao fim de sua tese.
O Reitor Lewis também cancelou todas as atividades futuras do Pe. Rupnik relacionadas à universidade. Rupnik foi professor da Gregoriana até 2020, ministrando cursos de inculturação, missão e arte.
Vaticano mantém silêncio
Nenhuma autoridade do Vaticano ainda se pronunciou sobre as conclusões da investigação do Comissário da Comunidade de Loyola, Mons. Daniele Libanori que também é Bispo Auxiliar de Roma, e que qualificou, em um comunicado de dezembro ao seu clero, como críveis as acusações então divulgadas contra Pe. Rupnik. As conclusões do seu relatório sobre a visita à Comunidade Loyola foram entregues ao Dicastério para a Doutrina da Fé, em meados de 2021, e muito provavelmente também ao Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada, dirigido pelo cardeal brasileiro Braz de Aviz. Contudo, mesmo depois desse relatório, o Pe. Rupnik continuou a cumprir uma agenda cheia de atividades, incluindo a sua participação como consultor em dois dicastérios romanos, retiros espirituais, conferências, execução de obras de arte, etc.
Anteontem, em entrevista ao National Catholic Reporter, Dom Charles Scicluna, secretário adjunto do Dicastério para a Doutrina da Fé e investigador experiente nestes casos, afirmou que “a maior parte do sofrimento que vi é quando as vítimas são deixadas na escuridão sem qualquer acompanhamento da revelação que elas deram”.
“Temos uma lei e temos um sistema que habilita as pessoas a denunciar abusos ou má conduta, mas você também tem o direito de saber o que acontece com suas denúncias”, declarou o arcebispo maltês, que, no entanto, quando questionado explicitamente sobre o caso Rupnik, “recusou-se a comentar.”
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