Papa não quer duas igrejas evangélicas na Alemanha
Essas foram as palavras de Francisco a Mons. Batzing, segundo a reportagem de Civiltà Cattolica.
Redação (15/06/2022 14:32, Gaudium Press) Após as conversas com o Papa Francisco, o questionado presidente da Conferência Episcopal Alemã, Mons. Georg Batzing, costuma repetir que tudo não passou de amenidades, abraços e apoio do Papa ao preocupante Caminho Sinodal Alemão.
A realidade, revelada pelo próprio Papa Francisco, parece ser diversa.
Em uma entrevista publicada na Civiltà Cattolica, foi relatado que o Pontífice disse a Mons. Batzing que o país já tinha “uma muito boa Igreja Evangélica” e que “não precisamos de duas”. O comentário foi feito pelo Papa em conversa com editores de revistas jesuítas.
A pergunta dirigida ao Pontífice versava sobre sua opinião a respeito do Caminho Sinodal Alemão que, em sua Assembleia em fevereiro passado, votou a favor de declarar opcional o celibato, a ordenação sacerdotal de mulheres, e vem propondo mudanças na doutrina da Igreja sobre atos homossexuais entre outros temas. Essa votação gerou uma forte reação dos bispos de todo o mundo que alertaram para o perigo de um cisma.
Para entender o comentário do Papa publicado na Civiltà Cattolica, é preciso considerar que a Igreja Evangélica na Alemanha é uma federação de 20 igrejas, onde as mulheres são ordenadas como sacerdotes e bispos, e são realizadas uniões ou bênçãos para casais do mesmo sexo.
“O problema surge quando o caminho sinodal vem das elites intelectuais e teológicas e é altamente influenciado por pressões externas. Há algumas dioceses onde o caminho sinodal se desenvolve lentamente com os fiéis, com o povo”.
De fato, parece que o bispo Batzing está se indispondo por uma certa não sujeição do Papa de Roma aos seus desejos. Em uma entrevista maio passado, o bispo de Limburgo declarava que “o Papa, mesmo na Igreja Católica, ainda com todos os poderes que lhe foram conferidos, não é alguém que possa pôr a Igreja de pé, que é o que gostaríamos”.
Às perguntas das várias vozes que, em número cada vez maior, manifestam sua preocupação com o desvio doutrinal do Caminho Sinodal Alemão, Mons. Batzing primeiro rejeitou suas razões, e, por fim, disse que não lhes responderia mais. Assim, se manifesta pouca sinodalidade.
Na conversa agora relatada pela Civiltà Cattolica, o Papa diz que meditou, durante um mês, sobre a extensa carta que dirigiu aos católicos alemães em 2019, onde expressa seus pensamentos sobre a deterioração da fé naquele país.
“Eu mesmo escrevi, e levei um mês para escrevê-la. Eu não queria envolver a Cúria. Eu fiz isso por conta própria. O original está em espanhol e o alemão é uma tradução. É aí que você encontrará meus pensamentos”, ressaltou Francisco.
Com informações CNA.
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