Papa Leão XIV recebe participantes da peregrinação ecumênica ortodoxa-católica

O Papa Leão XIV recebeu nesta quinta-feira, em Castel Gandolfo, os participantes da peregrinação ecumênica ortodoxa-católica, vindos dos Estados Unidos. O Pontífice considerou esta peregrinação como um “retorno às fontes, lugares e memoriais dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma, e do apóstolo André em Constantinopla”.

Foto: Vatican Media

Redação (17/07/2025 09:26, Gaudium Press) O Papa dirigiu saudações especiais e expressou sua gratidão ao arcebispo da América Elpidoforo e ao Cardeal Joseph Tobin, metropolita de Newark, que organizaram o encontro. “Vocês partiram dos Estados Unidos, que, como sabem, também é meu país natal, para esta viagem que é um retorno às raízes, às origens, aos lugares e aos memoriais dos apóstolos Pedro e Paulo em Roma e do apóstolo André em Constantinopla”, disse Leão XIV aos seus compatriotas.

Herança comum e esperança

O Papa destacou que esta peregrinação ocorre no 1700º aniversário do Concílio de Nicéia, que se celebra este ano. Ele enfatizou que o Símbolo da Fé é uma herança comum de todos os cristãos e, para muitos, o Credo é parte integrante da liturgia. Ele também lembrou que, neste ano, as palavras “Cristo ressuscitou! Ele realmente ressuscitou!” puderam ser cantadas em conjunto pelas duas Igrejas graças à coincidência dos calendários – “uma coincidência providencial”. O alegre “Aleluia” anunciou a todos que “as trevas do pecado e da morte foram vencidas pelo Cordeiro imolado, Jesus Cristo, Nosso Senhor”, o que nos dá grande esperança, porque “nenhum grito das vítimas inocentes da violência, nenhum lamento das mães que choram seus filhos permanecerá sem resposta”, disse o Santo Padre. “Nossa esperança está em Deus e, precisamente porque bebemos incessantemente da fonte inesgotável de Sua graça, somos chamados a ser testemunhas dela”, acrescentou.

Plena unidade entre todos os discípulos de Cristo

O Papa observou que a peregrinação ortodoxa-católica americana é “um dos frutos abundantes do movimento ecumênico, cujo objetivo é restaurar a plena unidade entre todos os discípulos de Cristo”. Falando sobre os sinais de comunhão e diálogo que caracterizaram as últimas décadas, ele lembrou a declaração conjunta de Paulo VI e do Patriarca Atenágoras de Constantinopla, anunciada na véspera do encerramento do Concílio Vaticano II, que revogava as excomunhões impostas mutuamente pelas Igrejas de Roma e Constantinopla em 1054. “Anteriormente, uma peregrinação como a vossa provavelmente nem seria possível. A obra do Espírito Santo suscitou nos corações a disposição para dar esses passos, como um prenúncio profético da unidade plena e visível. Nós também, por nossa parte, devemos continuar a implorar ao Paráclito, o Consolador, a graça de perseverar no caminho da unidade e do amor fraterno”, acrescentou Leão XIV.

Retorno às raízes da nossa fé

O Santo Padre destacou que “a unidade entre os fiéis em Cristo é um dos sinais do dom da consolação”. Citando a promessa do livro de Isaías: “Em Jerusalém, vocês encontrarão consolo”, ele enfatizou que “Roma, Constantinopla e todas as outras capitais não foram chamadas para competir pela primazia, para que não nos tornemos semelhantes aos discípulos que, no caminho – justamente quando Jesus anunciava sua próxima paixão –, discutiam sobre qual deles era o maior”.

Leão XIV pediu aos peregrinos que transmitissem saudações e um abraço de paz ao Patriarca Bartolomeu, bem como agradecimentos por sua participação na missa de início do pontificado. “Espero que nos encontremos novamente daqui a alguns meses para participar da celebração ecumênica em memória do aniversário do Concílio de Nicéia”, declarou ele aos participantes da peregrinação. “Que o retorno às raízes da nossa fé nos permita a todos experimentar o dom da consolação de Deus e nos torne capazes, como o bom samaritano, de derramar sobre a humanidade de hoje o óleo da consolação e o vinho da alegria”.