Papa Leão XIV irá ao Oriente Médio como mensageiro de paz, concórdia e diálogo
O Papa iniciará nesta quinta-feira, 27 de novembro, sua primeira viagem apostólica internacional, que terá como destino a Turquia e o Líbano.
Cidade do Vaticano (26/11/2025 21:16, Gaudium Press) Em entrevista ao Vatican News, o secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, comentou sobre a primeira viagem apostólica internacional do Papa Leão XIV, que será iniciada nesta quinta-feira, 27 de novembro, tendo como destino a Turquia e o Líbano.
O purpurado destacou que com esta viagem o Papa segue os passos de seus antecessores e que “ele vai com os sentimentos que sempre acompanharam os sumos pontífices neste exercício do seu ministério petrino, ou seja, o de encontrar as comunidades cristãs dos lugares, dos países, e confirmá-las na Fé, porque esta é a tarefa do Sucessor de Pedro”. Nestes encontros, ele será “um mensageiro de paz, de concórdia e de diálogo”.
O Concílio de Nicéia lançou as bases da nossa Fé
Perguntado sobre o foco da viagem do Papa à Turquia, a celebração dos 1700 anos do Concílio de Nicéia, e a sua importância para a Igreja, Parolin afirmou que este “é um aniversário muito importante, para o qual se preparou com antecedência para sublinhar a sua importância. E o Papa, com a sua presença, também deseja realçar essa importância”.
De fato, pode-se dizer que o Concílio de Nicéia “lançou as bases da nossa Fé. A Fé em Jesus Cristo na sua plena divindade e na sua plena humanidade — Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem”. Apesar das divisões existentes entre os cristãos, todos acreditam na divindade e na humanidade de Nosso Senhor Jesus Cristo.
Importância da centralidade cristológica na Fé Cristã
O Cardeal afirmou também que pode-se considerar esta terra como “um berço do cristianismo, porque aí surgiram as primeiras comunidades, a essas comunidades foram dirigidas as cartas apostólicas, como as de Paulo, e ali se realizaram os primeiros oito concílios da história da Igreja”.
“Gostaria de realçar a importância da centralidade cristológica na Fé Cristã — o centro de toda a nossa Fé está aí — e também a dimensão ecumênica, o fato de nos encontrarmos juntos a professar a mesma fé em Jesus, verdadeiro homem e verdadeiro Deus”, comentou. Ele afirmou ainda que a visita à Mesquita Azul, na Turquia, prevista na programação da viagem pode ser vista como “um gesto de diálogo, um gesto de respeito inter-religioso, que procura sublinhar como cristãos e muçulmanos podem trabalhar juntos por um mundo mais justo, um mundo de maior solidariedade, um mundo mais fraterno”.
Leão XIV levará ao povo libanês uma mensagem de esperança
A mensagem que Leão XIV levará para o povo libanês, de acordo com o secretário de Estado Vaticano, “é uma mensagem de esperança, porque o Líbano precisa de esperança. É uma mensagem de esperança para dizer: ‘Sigam em frente, coragem! Continuem trilhando o caminho que escolheram’, e, ao mesmo tempo, uma mensagem de proximidade da Igreja”. Ele assegurou que a Santa Sé sempre esteve atenta e próxima ao Líbano, e assim continuará. “Penso que a presença do Papa significa isso acima de tudo”, disse.
Comentando sobre a importância das viagens apostólicas, Parolin explicou que os Papas viram nelas “um novo instrumento, um novo caminho, adequado aos nossos tempos, de exercer o seu ministério”. Elas se inserem “no âmbito do ofício confiado por Jesus a São Pedro, o de confirmar os irmãos e servir a unidade da Igreja”. Citando o Papa Francisco, afirmou que este é, em certo sentido, “o sinal da Igreja em saída”, “a Igreja que se torna peregrina e se faz presente a todos os povos, a todas as culturas e a todas as realidades deste mundo”.
Contribuição dos cristãos nos países do Oriente Médio
Parolin recordou que os cristãos sempre foram uma presença fundamental nos países do Oriente Médio, oferecendo uma contribuição de grande valor e importância para a vida social, econômica, cultural e até política. Segundo o purpurado, os cristãos querem continuar a dar essa contribuição e a exercer o papel que sempre desempenharam, porém, o número de cristãos no Oriente Médio está diminuindo continuamente, e isso é uma grande preocupação para a Santa Sé.
“Gostaríamos que os cristãos pudessem permanecer no Oriente Médio, para continuarem dando, como desejam, a sua contribuição às sociedades em que vivem e das quais são parte integrante. São cidadãos desses países, dessas sociedades, e, por isso, devem continuar a poder oferecer o seu papel, sua contribuição”, afirmou.
Nós semeamos, depois o Senhor saberá quais serão os frutos
Por fim, o Cardeal Parolin comparou estas viagens e outras iniciativas da Santa Sé à semeadura “nós semeamos, depois o Senhor saberá quais serão os frutos e quando será o momento de os colher”. O purpurado acredita que dentro de um contexto mundial marcado por tantas dificuldades, “a Santa Sé deve continuar proclamando alto o tema do encontro, e não do confronto. Portanto, superar os conflitos para encontrar áreas comuns nas quais trabalhar para o bem da sociedade e da família humana”. O secretário de Estado Vaticano diz acreditar que a partir desta mensagem, que o Papa repete continuamente, “possam nascer novas realidades, nas quais os povos possam compreender-se e viver em paz, na concórdia, e construir juntos a família humana”. (EPC)






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