Papa aos músicos: o “silêncio” da pandemia seja “fase de escuta” para o renascimento
Que o “silêncio” que vivemos seja uma “fase de escuta”, de “harmonia da voz de Deus, conduzindo à ‘sinfonia’ universal.
Cidade do Vaticano (05/02/2021, 16:20, Gaudium Press) Para os participantes da 4ª Conferência Internacional de Música, que iniciou-se na quinta-feira, o4/02, o Papa Francisco dirigiu uma mensagem em modalidade on-line, o tema de “textos e contextos” em relação à Igreja e à Música.
O encontro está sendo organizado pelo Pontifício Conselho para a Cultura em colaboração com o Pontifício Instituto de Música Sacra e o Pontifício Instituto Litúrgico do “Ateneo Sant’Anselmo”.
Campo musical “uma área muito importante para a liturgia e a evangelização”
Através de sua mensagem o Pontífice expressou o desejo de que o evento possa enriquecer as comunidades eclesiais e todos que trabalham no campo da música, “uma área que é muito importante para a liturgia e a evangelização”.
Ao citar o profeta Isaías, o Pontífice recordou como “a Bíblia inspirou inúmeras expressões musicais” nos 5 continentes, basta pensar no percurso histórico da música com o canto gregoriano e Bach, por exemplo, mas também através de vários compositores contemporâneos que interpretaram textos sagrados.
Com a pandemia da Covid-19, a atividade no campo da música foi severamente afetada
O patrimônio musical da Igreja, disse o Papa no vídeo, é muito variado e pode apoiar não apenas a liturgia, mas também a apresentação de concertos em teatros, nas escolas e na catequese.
Mas, Francisco não poderia deixar de lembrar que, desde o início da pandemia da Covid-19, a atividade no campo da música foi severamente redimensionada.
O Papa, então, encorajou quem continua sofrendo as consequências da pandemia com recordando o espanhol Miguel de Cervantes que, numa das obras primas da literatura mundial quando ele afirmava que “onde há música não pode haver maldade” (Parte II, c. 34).
De fato, ainda insistiu o Pontífice em eu elogio à música, “muitos textos e composições, através do poder da música, estimulam a consciência pessoal de todos”.
O desafio comum é ouvir uns aos outros. Na liturgia, somos convidados a ouvir a Palavra de Deus.
Francisco refletiu em sua mensagem para o evento dos músicos que, no entanto, o próprio profeta Isaías mostrou o “valor do silêncio”.
Assim, o Papa tratou sobre a importância do valor da pausa, da “alternância entre som e silêncio” que permite “a escuta”, algo fundamental em qualquer diálogo:
“Caros músicos, o desafio comum é ouvir uns aos outros. Na liturgia, somos convidados a ouvir a Palavra de Deus. A Palavra é o nosso ‘texto’, o texto principal; a comunidade é o nosso ‘contexto’.
A Palavra é fonte de significado, ilumina e orienta o caminho da comunidade. Sabemos como é necessário narrar a história da salvação em idiomas e linguagens que possam ser bem compreendidos. A música também pode ajudar os textos bíblicos a ‘falar’ nos novos e diferentes contextos culturais, para que a Palavra divina possa efetivamente alcançar as mentes e os corações.” (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações e foto Vatican News)
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