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Papa aos jovens: seremos aquilo que escolhermos ser, tanto no bem quanto no mal

Fomos feitos para realizar os sonhos de Deus neste mundo, fazendo grandes escolhas cuja beleza depende do amor com que foram feitas.

Fomos feitos para realizar os sonhos de Deus neste mundo, fazendo grandes escolhas cuja beleza depende do amor com que foram feitas.

 

Cidade do Vaticano (23/11/2020, 12:05, Gaudium Press) Na manhã de domingo, 22/11, o Papa Francisco celebrou a missa da Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, na Basílica de São Pedro.

A celebração foi ocasião para que jovens do Panamá entregassem aos jovens portugueses os símbolos da Jornada Mundial da Juventude que será celebrada em Portugal, em 2023 e para que o Papa Francisco dedicasse sua homilia sobretudo a uma catequese junto aos jovens .

O Papa iniciou sua homilia recordando o Evangelho que acabava de ser proclamado:
“A página que acabamos de ouvir é a última do Evangelho de Mateus antes da Paixão: antes de nos doar o seu amor na cruz, Jesus transmite-nos suas últimas vontades. Ele nos diz que o bem que fizermos a um dos seus irmãos mais pequeninos, famintos, sedentos, estrangeiros, necessitados, doentes e encarcerados, será feito a Ele”.

São as obras de misericórdia que tornam eterna nossa vida

Segundo o Pontífice, “o Senhor nos entrega a lista dos dons que deseja para as núpcias eternas conosco no Céu: são as obras de misericórdia que tornam eterna a nossa vida”.
Francisco afirmou, então, a seus jovens ouvintes: “Cada um de nós pode interrogar-se: coloco-as em prática? Ajudo alguém que não me pode restituir? Sou amigo de uma pessoa pobre?”.
“Eu estou ali”, diz Jesus, nos pobres. Eu estou ali, diz Jesus também aos jovens que “procuram realizar os sonhos da vida”.

Fomos feitos para realizar os sonhos de Deus neste mundo, fazendo grandes escolhas cuja beleza depende do amor com que foram feitas.

Realizem os sonhos de Deus neste mundo, não se contentem com o que é devido

Queridos jovens, disse Francisco, queridos irmãos e irmãs, não renunciemos aos grandes sonhos. Não nos contentemos com o que é devido. O Senhor não quer que restrinjamos os horizontes, não nos quer estacionados nas margens da vida, mas correndo para metas elevadas, com júbilo e ousadia. Não fomos feitos para sonhar os feriados ou o fim de semana, mas para realizar os sonhos de Deus neste mundo.

Deus nos fez capazes de sonhar afim de que possamos abraçar a beleza da vida

Francisco disse aos jovens que Deus “tornou-nos capazes de sonhar, para abraçar a beleza da vida. E as obras de misericórdia são as obras mais belas da vida”.
Para o Papa, “as obras de misericórdia vão ao centro de nossos grandes sonhos. Se você tem sonhos de verdadeira glória, não da glória passageira do mundo, mas da glória de Deus, esta é a estrada; pois as obras de misericórdia dão mais glória a Deus do que qualquer outra coisa”.

“Ouçam bem isto: –recomendou o Pontífice– “as obras de misericórdia dão glória a Deus mais do que qualquer outra coisa. Seremos julgados no final, sobre as obras de misericórdia.”

Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam a vida grande

Ainda em sua homilia, o Papa perguntou aos fiéis presentes na Basílica de São Pedro: “Mas, de onde se começa para realizar grandes sonhos”?

Para responder, Francisco recordou que o Evangelho também nos fala disto:
“No momento do juízo final, o Senhor se baseia nas nossas escolhas. Quase parece que não julga: separa as ovelhas dos cabritos, mas ser bom ou mau depende de nós. Ele apenas tira as consequências de nossas escolhas, as traz à luz e as respeita. Assim a vida é o tempo das escolhas vigorosas, decisivas e eternas.”

Francisco, então, ensinou que “Escolhas banais levam a uma vida banal; escolhas grandes tornam a vida grande. De fato, tornamo-nos aquilo que escolhemos, tanto no bem quanto no mal”. E deu exemplos:
“Se escolhemos roubar, tornamo-nos ladrões; se escolhemos pensar em nós mesmos, tornamo-nos egoístas; se escolhemos odiar, tornamo-nos furiosos; se escolhemos passar horas no celular, tornamo-nos dependentes. Mas, se escolhermos Deus, nos tornamos mais amados a cada dia e, se optarmos por amar, nos tornamos felizes. É assim, porque a beleza das escolhas depende do amor. Não se esqueçam disso! Jesus sabe que, se vivermos fechados e na indiferença, ficamos paralisados; mas, se nos dedicarmos aos outros, nos tornamos livres”.

“O Senhor da vida nos quer cheios de vida e nos dá o segredo da vida: só a possuímos doando-a”, destacou o Papa.

Treinar a escolher bem: escolher o que lhe faz bem

“Todos os dias se apresentam muitas opções no coração”, disse ainda o Papa, dando um último conselho para se treinar a escolher bem.”

“Se olharmos dentro de nós, veremos que muitas vezes surgem duas perguntas diferentes. A primeira: o que me apetece fazer? É uma pergunta que engana frequentemente, porque insinua que o importante é pensar em si mesmo e satisfazer todos os desejos e impulsos que me vêm.”

“Mas a pergunta que o Espírito Santo sugere ao coração é outra: não aquilo que lhe apetece, mas aquilo que lhe faz bem. ”

“A escolha diária situa-se aqui: escolher entre o que me apetece fazer e o que me faz bem. Desta busca interior, podem nascer escolhas banais ou escolhas vitais, depende de nós”. (JSG)

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