Pandemia de Coronavírus: confissões, perdão e misericórdia não cessam, afirma Cardeal
Sendo impossível a celebração ordinária da confissão, os confessores devem cumprir seu papel de intercessores do perdão e da misericórdia, diz Cardeal ao tratar das dificuldades que a pandemia do coronavírus provoca na vida das comunidades cristãs.
Cidade do Vaticano (Segunda-feira, 06-04-2020, Gaudium Press) O Cardeal Mauro Piacenza, Penitenciário Mor da Igreja, enviou carta a penitenciários e confessores tendo como leitmotiv : “A misericórdia não cessa”.
Coronavírus: “A misericórdia não para e Deus não se distancia”
As reflexões expressas na carta do Cardeal Piacenza são feitas a propósito das dificuldades que a emergência da pandemia do coronavírus provoca também na vida das comunidades cristãs, levando em conta as atuais restrições estabelecidas em muitos países para impedir a propagação do contágio do covid-19.
“A misericórdia não para e Deus não se distancia”, enfatiza o Cardeal Piacenza ao dirigir-se aos confessores.
O purpurado ressalta aos confessores que, de fato, o distanciamento social “exigido por razões de saúde, mesmo que necessário”, não pode “nem nunca deve se traduzir em distanciamento eclesial”. [ Veja mais sobre confissões em tempo de coronavirus ]
A necessidade da proximidade e do ‘carinho’ de Jesus
O Penitenciário Mor recorda que, se “a celebração ordinária do sacramento” for impossível, os confessores são chamados “a rezar, consolar, apresentar almas à misericórdia divina”, cumprindo seu “papel sacerdotal de intercessores”.
Nesses momentos, mais do que nunca, de fato, ressalta o purpurado, todos “têm necessidade da proximidade e do ‘carinho’ de Jesus”.
O cardeal destaca o esforço daqueles que, nestes tempos de epidemia, se esforçam em tornar mais criativa a pastoral, procurando assim estar próximos das “pessoas que lhes são confiadas, dando testemunho de fé, de coragem e de paternidade”.
A Misericórdia nos pequenos gestos, na Obra de Cristo, no perdão
A misericórdia – recorda o cardeal Piacenza – se concretiza também nos “pequenos gestos de ternura e de amor feitos aos mais pobres”, em particular “os moribundos nas enfermarias dos hospitais, os profissionais de saúde, aqueles que estão sozinhos e amedrontados, os que não têm uma casa na qual passar o tempo da quarentena ou que não conseguem ter o suficiente para sobreviver”.
Tudo isso é vivificado pelo sacrifício da Missa, embora “celebrada sem a presença física do povo, da qual brota toda graça para a Igreja e para o mundo”.
Graças à Cruz, destaca o cardeal, é dada a todos os homens “a possibilidade da salvação e da reconciliação”.
Nesse sentido, afirma o Penitenciário Mor, não obstante as atuais circunstâncias dramáticas, se é chamado a redescobrir o que é essencial no ministério sacerdotal: “a obra de Cristo mais que a nossa, a concretização sacramental da salvação, da qual somos ministros, isto é, servos”.
Disto brota aquela misericórdia que “não se detém na celebração da sagrada liturgia”, mas se torna “caridade vivida, que estende a mão amiga aos que sofrem e no ministério sacerdotal é oferecido o perdão de Deus”.
A Misericórdia não é detida pela morte
É também nesse sentido, afirma o Cardeal Piacenza, que a misericórdia também se expressa “na redescoberta dos valores pelos quais vale a pena viver e morrer, na redescoberta do silêncio, da adoração e da oração, na redescoberta da proximidade do outro e, sobretudo, de Deus”.
A misericórdia não é detida nem mesmo pela morte. De fato, mesmo quem foi chamado para a eternidade “é alcançado pela oração do sufrágio, na certeza pascal de que, com a morte, não acabam os relacionamentos, mas são transformados, fortalecidos, na comunhão dos santos”. (JSG)
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