“Não podemos nunca nos curvar diante dos homens”, diz Bispo sobre as restrições de culto na pandemia
“Nós, bispos, sacerdotes, estamos muito fracos ao curvarmos diante de governadores e prefeitos. Nós nos curvamos sem questionar”, lamentou o Bispo de Formosa.
Redação (26/01/2021, 10:30, Gaudium Press) Dom Adair José Guimarães, Bispo de Formosa, em Goiás, em um vídeo que se espalhou pelas redes sociais, lamentou que, diante das medidas adotadas por causa da pandemia de Covid-19, “bispos e sacerdotes” estejam se “curvando diante” das autoridades civis que, com medidas arbitrárias vêm contrariando o direito de culto e a liberdade religiosa dos fiéis brasileiros.
Estamos sendo manipulados: o fechamento das Igrejas foi um absurdo que clamará a Deus
Ao comentar a atual situação gerada pela pandemia de coronavírus, Dom Adair destacou que “estamos sendo manipulados com tantas incertezas, com tantas besteiras que vão se fazendo em relação a esta peste, desde o fechamento das Igrejas, que foi um absurdo que clamará a Deus”.
Como se sabe, entre as medidas adotadas com a finalidade de se manter o distanciamento social para prevenir a propagação do coronavírus, fechou-se igrejas em diversos lugares, com a consequente suspensão das Missas com a presença dos fiéis.
Apesar das medidas autoritárias, “o povo não vai abdicar de sua liberdade, de sua fé”
A este propósito Dom Adair José afirmou em seu pronunciamento que, embora as autoridades busquem promover tais medidas, “o povo não vai abdicar de sua liberdade, de sua fé”.
“Nós não podemos aceitar que nenhuma autoridade venha com essa lorota de fechar os nossos templos, de fechar as nossas igrejas, de privar a humanidade de dar a Deus o que é de direito de Deus, o louvor”, disse.
Estamos muito fracos: nós bispos, sacerdotes, nos curvamos diante de governadores e prefeitos
Continuando suas observações, o Bispo de Formosa lamentou: “Eu acho que nós estamos muito fracos, nós bispos, sacerdotes, curvando diante desses governadores e prefeitos. Nunca antes na história nós tivemos isso. E nós nos curvamos sem questionar”.
O Prelado observou, no vídeo que foi publicado nas redes sociais, que outras instituições, entre elas os bancos, continuam abertas. Além disso, a circulação dos meios de transporte, como, por exemplo, “os aviões, estão cheios de pessoas”. Ele recordou ainda que no período eleitoral foi permitido que “os comícios aglomerassem tanto” e logo foi taxativo: “Agora, querem fechar as igrejas”.
Dom Adair José foi mais taxativo e veemente ao explicar suas posições a propósito de medidas de isolamento que governadores estão praticando: “Não é aqui (na Igreja) que o vírus está, o vírus não está no altar, na hóstia consagrada. E nós, cristãos, não somos filhos do medo, nós somos filhos da coragem. E se nós tivermos que morrer com a peste? Vamos morrer na fé?”.
Proibido o direito do católico de receber os sacramentos no momento final da vida
O Bispo de Formosa deplorou o fato de que nem mesmo os doentes possam receber a assistência da Igreja: “Agora, o sacerdote não pode dar unção”. Ele recordou, então: “Um padre nosso morreu com essa peste sem a unção dos enfermos, porque não pudemos dar a unção dos enfermos. É lamentável os direitos de Deus serem cerceados”.
Somos chamados a nos curvar diante de Cristo, não podemos nos curvar diante dos homens
Para finalizar sua orientação pastoral, o Prelado sublinhou a atitude correta dos católicos: “nós não podemos nunca nos curvar diante dos homens. Nós somos chamados, como a Santíssima Virgem, a nos curvar diante de Cristo”. (JSG)
Da Redação Gaudium Press, com informações da ACI Digital
Foto: Divulgação / Diocese de Formosa
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