Onde estão as relíquias da Paixão de Cristo?
A Basílica da Santa Cruz de Jerusalém é um dos lugares mais visitados durante a Semana Santa em Roma, sendo ainda um lugar privilegiado para a celebração da liturgia da Sexta-Feira Santa.
Itália – Roma (28/03/2023 17:07, Gaudium Press) Situada na Cidade Eterna, a um quilômetro da Basílica de São João de Latrão, encontra-se a Basílica da Santa Cruz de Jerusalém, muito visitada na Semana Santa porque resguarda importantes relíquias da Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo: Três fragmentos da Santa Cruz, dois espinhos da Coroa de Jesus, um dos cravos e o letreiro da Crucifixão “INRI”, que significa “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”.
História das relíquias da Paixão
A história das relíquias remete à Imperatriz Santa Helena, mãe de Constantino, chamado “O Grande”, que no ano 326 viajou à Terra Santa com o desejo de redescobrir os lugares da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.
Foi graças à passagem da Imperatriz pela terra de Jesus que ali se construíram as primitivas Basílicas da Natividade em Belém da Ascensão no Monte das Oliveiras. Estando no Gólgota, quando já haviam sido demolidos os templos pagãos que ali se encontravam, Santa Helena pode cumprir seu sonho de ajoelhar-se na terra onde Jesus havia sido elevado na Cruz, mas notou que faltava o mais importante: encontrar a relíquia do santo madeiro.
O encontro da Cruz de Cristo
Assim a Imperatriz mandou realizar algumas escavações em um terreno próximo ao Gólgota, onde se encontraram três cruzes, e a tábua onde estava escrito em hebraico, grego e latim “Jesus Nazareno, Rei dos Judeus”. Conta a tradição popular que para determinar qual era a Cruz de Jesus, se pediu para pessoas enfermas que tocassem os três madeiros, notando que um em particular lhes concedia saúde.
Santa Helena deixa a maior parte das relíquias em Jerusalém, mas leva consigo à Roma três fragmentos da Verdadeira Cruz, o INRI, um dos cravos, e alguns espinhos da Coroa que os verdugos impuseram a Jesus; além da terra do Gólgota e as escadas que Jesus pisou quando foi apresentado diante de Pilatos, que agora se encontram no Santuário da ‘Scala Santa’ na Cidade Eterna.
Basílica da Santa Cruz de Jerusalém
Os fragmentos da Cruz, o título da condenação, os cravos e os espinhos, foram por alguns anos custodiados piedosamente no Palácio Sessoriano, residência imperial da Imperatriz. Se acredita que depois de sua morte, seu filho, Constantino pediu que se construísse um templo, utilizando como cimento da edificação a terra do Gólgota que Santa Helena havia trazido de sua viagem à Terra Santa.
No interior do templo foram colocados os três fragmentos da Cruz em um belo relicário de ouro, adornado com finas pedras preciosas, o mesmo se fez com as outras relíquias que hoje se custodiam em uma capela especial. Esses relicários são acompanhados por outros com fragmentos da gruta da Natividade e do Santo Sepulcro, além do dedo de São Tomás, e o patíbulo do bom ladrão.
Um dos lugares mais visitados em Roma durante a Semana Santa
No século XII, a partir do Pontificado de Lúcio II, o templo romano da Santa Cruz em Jerusalém recebe uma série de modificações, anexando-se à torre, e mais adiante a fachada e o átrio de forma ovalada.
E de maneira natural, a Basílica se converteu em epicentro de peregrinação, sendo uma das sete igrejas de Roma que os peregrinos percorriam à pé durante um dia, e um dos lugares mais visitados para a Semana Santa graças às relíquias da Paixão. É um lugar privilegiado para a celebração da liturgia da Sexta-Feira Santa. (EPC)
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