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Onde está o meu coração?

Face à hipocrisia farisaica, o Divino Mestre demonstra que o homem não se define pelas exterioridades, mas sim pelas intenções do coração.

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Redação (29/08/2021 15:21, Gaudium Press) Deus nos deu uma Lei eterna que gravou em nossa alma; no Sinai nos entregou esta Lei escrita em tábuas de pedra e, por fim, a manifestou ainda visível e viva no próprio Nosso Senhor Jesus Cristo, o Verbo de Deus que Se fez carne e habitou entre nós, “para dar testemunho da verdade” (Jo 18, 37), de modo que todos a conhecêssemos perfeitamente.

Entretanto, a partir do momento em que Adão e Eva desprezaram esta Lei, no Paraíso e, na hora da prova, não optaram pela virtude, deixando-se levar pelas atrações do demônio a ponto de cometerem o pecado, a tendência do homem é esquecer a Palavra e a Lei.

Ora, Deus quer de nós uma aceitação plena da Lei imutável e sempiterna, sendo “praticantes da Palavra e não meros ouvintes” (Tg 1, 22); Ele deseja que nosso íntimo esteja inteiramente de acordo com os lábios.

Estes devem pronunciar aquilo que transborda do coração, conforme afirmou Nosso Senhor: “A boca fala daquilo de que o coração está cheio” (Lc 6, 45).

É bem verdade que nós temos de traduzir em palavras, em atitudes, em gestos, em decoração de ambientes, em cerimonial e na própria pessoa, a doutrina que recebemos como herança.

Progredir na vida espiritual

Mas para não cairmos no equívoco farisaico, é preciso primeiro progredir na vida espiritual, transformar a alma e alcançar a máxima união de vias e de cogitações com Nosso Senhor Jesus Cristo; o resto virá como consequência!

É Ele quem, por sua graça, há de tornar puro o nosso interior, para que dele saia a bondade e brotem obras de justiça.

Se não tivermos meios de dar a Deus uma boa dádiva, à altura de nossos anseios, ofereçamos a Ele o pouco que possuímos, animados, porém, de excelente intenção, com toda a alma…

Será como o óbolo da viúva elogiada por Jesus no Evangelho (cf. Mc 12, 41-44): ela lançou só duas moedinhas, quando, no fundo, queria entregar o seu coração!

Como é meu interior?

Será que meus lábios louvam a Deus, mas o interior está fora da Lei? Quantas vezes prefiro estar em consonância com o mundo e em oposição a Nosso Senhor? Eu coloco Deus no centro de minha vida ou me ponho a mim mesmo?

Todas as nossas ações se correlacionam com nosso destino eterno e com nossa vocação sobrenatural; por isso somos convidados a ser íntegros diante de Deus, amando-O, respeitando suas Leis com elevação de espírito, fervorosos em relação à prática da santidade.

Peçamos a Maria Santíssima que nos obtenha graças extraordinárias para que nossos corações sejam chamejantes e os lábios transbordem do que canta e proclama o coração!

Mons. João Scognamiglio Clá Dias, EP

Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho, agosto 2015.

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