O Sagrado Coração de Jesus e a primeira sexta-feira do mês
Uma das promessas feitas por Nosso Senhor Jesus Cristo em uma de suas aparições a Santa Margarida Maria Alacoque foi o de conceder a graça da penitência final aos que comungarem durante nove primeiras sextas-feiras do mês consecutivas.
Redação (02/06/2023 16:51, Gaudium Press) Nas páginas sagradas dos Evangelhos brota a devoção ao Sagrado Coração de Jesus aberto pela lança de Longinos do qual brotou sangue e água (cf. Jo 19, 34). Também deste Coração cruelmente traspassado nasce, em um escachoar de amor pela humanidade, a Santa Igreja Católica Apostólica e Romana.
Os anos viram esta devoção expandir-se por todo o mundo. Na segunda metade do século XVII, mais precisamente no ano de 1670, São João Eudes introduziu pela primeira vez uma festa pública ao Sagrado Coração de Jesus. Apenas três anos depois, no mosteiro de Paray-le-Monial, Santa Margarida Maria Alacoque passou a receber uma série de aparições de nosso Senhor Jesus Cristo indicando-lhe a devoção ao Seu Coração Sagrado.
Eis o Coração que tanto amou os homens
Na oitava da festa de Corpus Christi de 1675 o Coração de Jesus revelou à Santa Margarida: “Eis o Coração que tanto amou os homens, que nada poupou, até se esgotar e se consumir para lhes testemunhar Seu amor. Como reconhecimento não recebo da maioria deles senão ingratidão, por suas irreverências e seus sacrilégios, e pela frieza e desprezo que têm por mim neste sacramento de amor. Mas o que me é mais sensível é que são corações consagrados que procedem assim. Por isso eu te peço que a primeira sexta-feira, depois da oitava do Santíssimo Sacramento, seja dedicada a uma festa particular, para honrar meu Coração, comungando, neste dia, e fazendo-lhe reparação de honra, por um pedido de desculpas, para reparar as indignidades que ele recebeu, durante o tempo em que ficou exposto nos altares. Prometo-te também que meu Coração se dilatará para espalhar, em abundância, as influências de seu divino amor sobre os que lhe prestarem esta honra, e que conseguirem que esta lhe seja dada”[1].
As promessas do Sagrado Coração de Jesus
Ao longo das aparições o divino Coração prometeu aos Seus devotos; conceder sua bênção sobre as casas onde sua imagem for exposta e venerada; dar graças especiais; a paz nas famílias; a consolação nas aflições; ser o refúgio durante a vida e principalmente no momento da morte; abençoar todos os seus trabalhos e empreendimentos; ser uma fonte inesgotável de misericórdia para os pecadores; aperfeiçoar as almas fervorosas; aos sacerdotes o poder de tocar as almas mais empedernidas. Prometeu também que aqueles que propagarem a devoção a Ele terão seus nomes inscritos em Seu Coração.
Durante a Ação de Graças após receber a comunhão, Santa Margarida recebe este importante comunicado do Coração de Jesus: “Prometo-te, pela excessiva misericórdia do meu Coração, que o Seu amor onipotente obterá a todos aqueles que comungarem nove primeiras sextas-feiras do mês consecutivas, a graça da penitência final, que não morrerão na minha inimizade, sem receber os sacramentos e que o Meu divino Coração será o seu refúgio assegurado na última hora. Nada temas, Eu reinarei apesar dos Meus inimigos e de todos aqueles que procurarão opor-se”.
O culto ao Sagrado Coração de Jesus
A partir de então o culto ao Coração de Jesus passou a ser estimulado com enorme empenho pelo Magistério da Igreja. São Claudio la Colombière, sacerdote jesuíta, ficou conhecido como o apóstolo do Sagrado Coração de Jesus. O Beato Pio IX, no ano de 1856, estendeu sua festa por todo o orbe. Leão XIII consagrou o mundo ao Coração de Jesus em 1899. A encíclica de Pio XII, Haurietis aquas, publicada em 15 de maio de 1956 é mais uma demonstração de quanto os Romanos Pontífices tem procurado difundir o amor a este Coração que nos é apresentado pelo próprio Jesus como fonte de paz e reparação: “Vinde a mim, vós todos que estais aflitos sob o fardo, e eu vos aliviarei. Tomai meu jugo sobre vós e aprendei de mim, porque eu sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve”. (Mt 11, 28-30)
[1] DUFOUR, Gerard. Rezar 15 dias com Margarida Maria. São Paulo, Loyola, 1996. p. 55.
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