O que é mais importante: a fé ou a ciência?
Infeliz o homem que tudo sabe, mas não conhece a Deus!
Redação (22/03/2021 12:16, Gaudium Press) Investigar a natureza, as coisas em si mesmas, suas propriedades, constitui uma necessidade humana. Segundo São Tomás, os conhecimentos assim adquiridos contribuem para o homem crescer no amor a Deus e situar-se a si próprio no conjunto da criação. A própria natureza das coisas supõe um convívio harmonioso entre ciência e fé.
Muitas vezes, para o entendimento é mais fácil ilustrar o que queremos transmitir com uma história simples, de cultura popular, do que dar explicações com muitas palavras.
Vejamos a história a seguir.
Certa vez, um sábio que muito se gloriava de suas ciências atravessava de barca um largo e belo rio. Enquanto espraiava o olhar pelo atraente panorama ao seu redor, travava animada conversa com o alegre e simpático barqueiro, que ao seu lado remava com vigor e destreza.
— Então, meu jovem, você sabe alguma coisa?
— Eu? Sei remar, nadar e rezar.
— Mas você não sabe filosofia?
— Nunca ouvi falar disso.
— Ah, meu amigo! Então você perdeu uma quarta parte da sua vida.
E continuou perguntando o sábio:
— E você já estudou física?
— Também não — respondeu rindo o humilde remador.
— Perdeu, pois, duas quartas partes da sua vida.
Insistindo novamente, o sábio fez- lhe uma terceira pergunta:
— Já aprendeu matemática?
— Não.
— E astronomia? E gramática?…
Para todas essas perguntas tinha o pobre barqueiro sempre a mesma resposta:
— Não!
— Então, meu caro, você já perdeu três quartas partes de sua vida.
Navegavam assim, distraídos pela conversa, sem perceber que a barca avançava com rapidez na direção de um rochedo. Houve um choque violento, a barca rachou-se e começou a afundar. A margem do rio estava ainda bem distante…
O barqueiro, sabendo nadar, lançou-se na água sem qualquer hesitação, lutou contra a tremenda correnteza e conseguiu chegar são e salvo ao outro lado do rio.
O mesmo, porém, não aconteceu com o sabichão. Aterrorizado, ele olhava ora para a água, ora para a margem, sem saber o que fazer para livrar-se daquela perigosa situação.
Então gritou-lhe o barqueiro, exausto, mas já bem seguro em terra firme:
— Senhor filósofo, sabe nadar?
— Não!
— Então reze!
— Rezar? Rezar o quê? Eu não sei fazer isso!
— Ah, pobre infeliz, o senhor perdeu a vida inteira…
O sábio, desesperado, afundava juntamente com a barca enquanto ouvia ao longe um último conselho do humilde e ignorante remador:
— Está vendo? Na hora do aperto de nada lhe serviram suas astronomias e filosofias!
* * *
Que impressionante lição nos dá essa história! Esse é o triste e trágico fim daqueles que se vangloriam da sua real ou pretendida ciência, mas vivem como se Deus não existisse.
A ciência, a cultura, a filosofia são preciosos e necessários valores humanos, desde que repousem sobre a verdadeira fé. Com razão afirma Santo Agostinho: “Infeliz o homem que tudo sabe, mas não Vos conhece, Senhor!”
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