Gaudium news > O que acontece depois da morte?

O que acontece depois da morte?

Os cristãos devem manter-se firmes quanto a dois pontos essenciais: a continuidade fundamental e ruptura radical entre o presente e o futuro.

1084px Consolata Cemetery 3

Redação (01/11/2022 10:15, Gaudium Press) O texto abaixo numerado está baseado na “Carta sobre algumas questões referentes à escatologia”, do Dicastério para a Doutrina da Fé. Contém, também, algumas transcrições literais desse documento da cúria romana. Pode ser repassado a pessoas enlutadas, como alento e conforto, porque demonstra que a morte não é o fim de tudo, mas o começo de nova fase da vida humana.

1) Depois da morte, ocorrem a sobrevivência e a substância de um elemento espiritual, dotado de consciência e de vontade. Subsiste, assim, o eu humano, enquanto carece do complemento do seu corpo. Este elemento espiritual se chama alma.

2) Aguarda-se a gloriosa manifestação de nosso Senhor Jesus Cristo, considerada, entretanto, distinta e postergada em relação à condição própria do homem imediatamente depois da morte.  Alguns teólogos denominam evo [pronuncia-se évo] esse “tempo” que medeia entre a morte e a ressurreição dos mortos, no juízo final. De fato, o tempo (com começo e fim) se refere ao homem na terra, a eternidade (sem começo e sem fim) é atributo exclusivo de Deus e o evo (começa com o óbito e não tem fim), típico do homem, é definido como a sucessão de atos psicológicos.

3) A ressurreição dos mortos se refere a todo o homem, isto é, corpo e alma: para os eleitos não é, senão, a extensão da própria ressurreição de Jesus Cristo.

4) A Igreja, em adesão fiel ao novo testamento e à tradição, crê na felicidade dos justos, que estarão um dia com Cristo no céu. Também crê no castigo eterno que espera o pecador, que será privado da visão de Deus, e na repercussão dessa pena em todo o seu ser. Crê, finalmente, em uma eventual purificação para os eleitos, prévia à visão de Deus; de todo diversa, no entanto, do castigo dos condenados. Isto é o que entende a Igreja quando fala do inferno e do purgatório.

5) Os cristãos devem manter-se firmes quanto a dois pontos essenciais: têm de acreditar, por um lado, na continuidade fundamental que existe, por virtude do Espírito Santo, entre a vida presente em Cristo e a vida futura; por outro lado, deve-se saber que ocorre uma ruptura radical entre o presente e o futuro, pelo fato de que à economia da fé sucede a economia da plena luz; ou seja, no céu, nós estaremos com Cristo e veremos Deus (1 Jo 3,2).

 Por Edson Luiz Sampel

Presidente da Comissão Especial de Direito Canônico da 116ª Subseção da OAB-SP.

Professor do Instituto Superior de Direito Canônico de Londrina.

 

 

Deixe seu comentário

Notícias Relacionadas