O quanto Cristo me amou e por mim se entregou
Existirá alguém disposto a morrer por um estranho?
Redação (19/02/2023 15:50, Gaudium Press) Sofrer por estranhos, sem interesse algum, sem precisar, e morrer por puro amor, isso não se encontra.
Um rei que morre depois de sofrer muitos tormentos e de ser muito desonrado por seu escravo, o qual em nada o serviu, antes lhe dirigiu graves ofensas, dignas de uma morte muito cruel; e que o motivo pelo qual este rei morre é por puro amor a esse escravo – coisa que não se vê nem se diz – , e que tamanho é o seu amor que muito espanto causaria em quem o ouvisse, e este, com razão, anunciaria aos homens a bondade deste rei por muitos dias, ou até mesmo por toda a sua vida. Este amor seria tão admirável, tão novo e tão grandioso que alguns, de fraca virtude e pouco juízo, escandalizar-se-iam, e não veriam esta obra como se deve, dizendo ser exagero que a real Majestade, cheia de toda virtude, desse sua preciosa vida para que um escravo mau vivesse, sendo que este merecia a morte.
Comparando, pois, extremos tão diferentes – grandioso rei e maus escravos –, olhai agora para quanto Cristo vos amou, andai pelo coração do Senhor, e, se tiverdes olhos de águia, fazei uso deles, e ainda assim não serão suficientes para verdes o resplandecente e grandioso amor que aquela santíssima alma possui em tão alto grau.
SÃO JOÃO DE ÁVILA, Audi, Filia. Avisos para os que desejam servir a Deus. Cultor de Livros, 2022, p. 323.
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