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O progresso sem virtude resulta numa sociedade cheia de neuroses

A neurose é fruto de uma humanidade que não pratica a Lei de Deus.

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Redação (12/08/2021 11:29, Gaudium Press) É forçoso que, quanto mais um povo vai abandonando a Lei de Deus, tanto mais vai decaindo. Isto nós observamos de modo impressionante neste nosso século.

Se compararmos o mundo de hoje com o de oitenta anos atrás, veremos quanta coisa melhorou na vida humana. Basta pensar nos progressos assombrosos da Medicina. Quanto ela tem aliviado dores, curado doenças, prolongado vidas, enfim, espalhado o bem pela Terra!

É inegável que o desenvolvimento da tecnologia e da ciência geraram inúmeros benefícios e facilidades para a sociedade contemporânea.

Não obstante, as desordens morais, econômicas e sociais criaram uma vida tão agitada e de tal excitação, que se estabeleceu uma neurose no mundo inteiro.

E hoje é frequente andarmos pelas ruas e vermos pessoas que notoriamente sofrem de problemas nervosos.

Há lugares onde os criminosos não são presos porque não há cadeia que comporte todos os delinquentes que aparecem.

Nota-se a sociedade inteira de hoje se contorcendo num mal-estar, numa aflição, numa angústia que leva os homens a fazerem verdadeiras aberrações.

Por exemplo, pode haver maior aberração do que o aborto, em que a mãe concorda em interromper a gestação e expelir de si o filho que estava sendo gerado?

Quer dizer, é um pecado contra a natureza, é um pecado de homicídio, um pecado horroroso, que brada aos Céus e clama a Deus por vingança!

Entretanto, vemos a quantidade enorme de abortos praticados em nossos dias.

“Não pecarás contra a castidade”

Infelizmente, quão raras vão se tornando as pessoas que praticam a castidade!

E o que dizer sobre o adultério no mundo de hoje? Um dos argumentos alegados pelos defensores do divórcio é que não se suporta a indissolubilidade do vínculo conjugal.

Ora, Deus manda que marido e mulher sejam fiéis um ao outro a vida inteira! O que pensar de um país que não aguenta mais a indissolubilidade do matrimônio e, portanto, não tolera mais a boa ordem em um ponto tão grave?

Os resultados são as desordens e o arrebentamento de todas as coisas.

Não tenhamos ilusão: o mundo de hoje progrediu maravilhosamente debaixo de muitos pontos de vista; contudo, a falta de observância dos Mandamentos não só o encaminha para o precipício, mas faz com que todos os progressos se revertam para ele em ruína.

Progressos, de si, maravilhosos, mas que postos a serviço de uma civilização nevropata, tudo começa a vacilar.

Aviso de Nossa Senhora em Fátima

Daí o aviso de Nossa Senhora em Fátima, em 1917. Ela apareceu para os pastorinhos e declarou, na Cova da Iria, que o mundo vivia na imoralidade e que com isso a cólera de Deus estava com a medida cheia; e que se o mundo não se emendasse e não se consagrasse ao Imaculado Coração de Maria, viria o castigo em que haveria muitas desgraças, e só depois disso o mundo voltaria aos seus gonzos.

Nossa Senhora disse uma coisa brutal, cruel, errada? Não. Ela constatou um fato. O mundo estava em estado permanente de grave ofensa a Deus e cada vez mais continuou nisso.

Como levar uma vida verdadeiramente cristã

Em vista destas razões profundas, podemos tirar conclusões práticas para nossa vida.

Não considerarmos superficialmente as pessoas. A pergunta para saber se alguém é bom ou mau deve ser: Ele ama a Deus a ponto de cumprir os Mandamentos?

Se ele ama a Deus, seja seu irmão; se ele não ama a Deus, reze para que ele passe a amá-Lo, trabalhe para que ele se converta, mas cuidado com ele!

Porque quem não ama a Deus não é capaz de amar sinceramente outra pessoa.

O carinho do pecador é uma mentira. O afeto do homem ou da mulher que está em pecado só vai até o limite de sua própria sensibilidade. Em determinado momento, ponto final, acabou!

Quem não ama a Deus acima de todas as coisas, não imaginemos que vá amar alguém mais do que a si mesmo, porque ama a si próprio acima de todas as coisas.

Pode querer outrem apenas enquanto é um instrumento de prazer, mais nada.

Não é absolutamente aquele amor pelo qual fazemos o bem aos outros, ainda que não nos retribuam, e só porque amamos a Deus. Este é o amor desinteressado ao próximo, esta é a verdadeira seriedade.

Devemos saber governar as nossas simpatias e antipatias que, muitas vezes não são senão caprichos. Desconfiar, portanto, da nossa simpatia e nos perguntarmos:

– Aquela pessoa com quem simpatizo ama a Deus e vive na sua graça?

Se assim for, a minha simpatia tem uma razão de ser.

Tomemos cuidado também com as antipatias. Às vezes temos antipatias inteiramente gratuitas e para com pessoas que merecem nosso afeto.

Analisemos as nossas antipatias de tal maneira que as julguemos adequadamente e saibamos tratar bem as pessoas para com as quais temos aversão por razões estúpidas.

É um modo de evitar muita injustiça e de levar uma vida verdadeiramente cristã, onde tudo é regulado pela Fé e pela Moral.

Plinio Corrêa de Oliveira

Texto extraído, com adaptações, de conferência de 8/12/1984.

 

 

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