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O poder da mediação

Desde sempre, Deus quis que a mediação fosse o meio mais seguro para se alcançar a salvação eterna.

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Redação (26/07/2025 15:16, Gaudium Press) Qual é o segredo para ser ouvido nas orações diárias? Hoje, Nosso Senhor Jesus Cristo oferece a chave com a qual podemos acessar o tesouro infinito da onipotência de Deus.

A oração perfeita

“Pai nosso, santificado seja o vosso nome; venha o vosso Reino; seja feita a vossa vontade” (Mt 6,9).

Ao ser interrogado pelos discípulos, o Salvador compõe a oração-modelo de todo cristão, com os pontos indispensáveis para obtenção dos favores requeridos: que o nome de Deus seja santificado, ou seja, que, acima de tudo, seja dada toda a glória que lhe é devida; que o seu reino seja instaurado aqui na terra, quer dizer, que Ele seja rei no coração dos homens; e, em consequência, que seja feita a sua vontade no céu e na terra.

Este último fator é decisivo ao formular nossas intenções: fazer a vontade de Deus e não a nossa. Este foi o argumento dado pelo Salvador ao entrar na agonia: “Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22,42). De fato, não lhe foi retirado aquele cálice, mas Ele recebeu as forças necessárias para enfrentar o sofrimento iminente.

Quantas vezes não nos esforçamos em pedir algo que Deus não nos quer dar? Alguém poderia objetar: “Pedi e vos será dado!” (Mt 7,7). Não tem dúvida, contudo não podemos fazer de nossos egoísmos um pretenso desejo a ser reclamado junto a Deus. Logo, sempre que a glória de Deus seja posta em risco por nós, Ele não tem o “direito” de a comprometer. Nisto reside, muitas vezes, o fato de não sermos atendidos como quereríamos…

Às vezes, preocupamo-nos mais com os nossos próprios interesses do que com a vontade de Deus, ainda que nos possa parecer que esses anseios são os mais puros possíveis. Ora, para que o reino de Deus se estabeleça em nossos corações, devemos pedir antes a nossa santificação e, depois, o resto, que será dado por acréscimo (cf. Mt 6,33).

Ninguém se salva sozinho

Conhecendo Deus a deficiência até das nossas orações, Ele nos propicia ocasiões de analisarmos a importância da mediação, como na liturgia de hoje.

Assim, as súplicas de Abraão, pelos seus méritos, alcançariam diante de Deus a salvação daquela cidade iníqua, se nela houvesse apenas dez justos. Também a parábola, descrita pelo Divino Mestre, do amigo que vai pedir pães para dar de comer ao que chegou de viagem de madrugada é um verdadeiro exemplo do poder da mediação.

Ou seja, pela intercessão de um, vários são beneficiados. Estes dois exemplos são pálidos esboços da necessidade da mediação de Nossa Senhora, e dos bens que podemos obter por meio da consagração a Nossa Senhora. Com efeito, Ela, mais do qualquer santo, é a excelente “amiga” que vai pedir a Deus os pães para alimentar a alma dos seus filhos e escravos, porque conhece sua fraqueza e sabe como obter-lhes o que precisam. É Ela quem intercede por nós diante de seu Filho e, por seus méritos, abre as comportas da misericórdia divina sobre as nossas misérias, tão maiores que as daquela cidade, que nem o próprio Abraão conseguiu salvar…

Se reconhecermos com humildade nossa contingência, embora não saibamos rezar como convém, Ela tomará nossas pobres orações e as apresentará a Deus. E, se não formos atendidos naquilo que pedimos, é porque Ela dará algo melhor do que podemos imaginar, ou seja, a chave de acesso aos tesouros celestes: cumprir os superiores desígnios de Deus.

Por Vinícius Mendes

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