O penhor de nossa vitória!
Ao subir aos Céus, Jesus promete permanecer conosco e enviar o Espírito Santo, desde que estejamos unidos a Maria.
Foto: Gustavo Kralj
Redação (01/06/2025 10:41, Gaudium Press) O Ascensão do Senhor já é nossa vitória! Jesus sobe ao mais alto dos Céus para reinar sobre os Serafins, os Querubins, os Principados e as Potestades. Ele nos precede para preparar-nos um lugar e, depois, voltar e nos levar consigo (cf. Jo 14, 2-3).
Ora, se ali está nossa Cabeça, é inteiramente compreensível que a Liturgia nos incite, enquanto batizados e membros do Corpo Místico do Redentor, a estarmos sempre com os olhos postos no Céu, segundo afirma o Apóstolo: “Se com Cristo ressurgistes, procurai o que é do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus Pai” (Col 3, 1).
Entretanto, o fato de Nosso Senhor ir para o Céu e estar tão alto não significa que Ele Se tenha afastado de nós, como ocorreria, por exemplo, com um governante que subisse ao último andar de um prédio do qual pudesse divisar toda a extensão que administra. Se alguém lá em cima lhe perguntasse quem são os indivíduos que passam nas ruas, sem dúvida ele responderia que não sabe, já que conduz o conjunto das pessoas e toma decisões gerais para o bom governo e o bem-estar de todos, mas não pode conhecer cada um individualmente.
Com Jesus não é assim! Conforme ensina Mons. João Scognamiglio Clá Dias, a Ascensão não poderia constituir um “abandono daqueles por quem Ele Se encarnou e morreu no Calvário. Seu retorno ao Pai só pode ter-se dado na sequência desse amor incomensurável d’Ele a cada um de nós”.1 Assim, Nosso Senhor continua ao lado daqueles pelos quais sofreu; Ele conhece nosso nome, as provas pelas quais passamos, as dificuldades que enfrentamos.
Mais: Jesus encontrou um meio arquitetado com engenho divino para estar realmente conosco até o fim dos tempos (cf. Mt 28, 20). Afirmava Dr. Plinio Corrêa de Oliveira2 que, se lhe contassem toda a vida de Nosso Senhor, concluindo com a Ascensão, mas nada lhe comentassem sobre a Eucaristia, ele não acreditaria que o Filho de Deus houvesse subido ao Céus, abandonando os seus, e começaria a procurá-Lo por toda a face da terra.
Tal é o amor de Nosso Senhor pelos homens redimidos que Ele desejou permanecer conosco na Eucaristia, estabelecendo um convívio íntimo em nosso interior, pelo qual continua a nos aconselhar, perdoar e fortalecer no caminho rumo ao Céu.
Ademais, Ele concedeu aos Apóstolos uma herança que, por assim dizer, resumia toda a sua obra: “Enviarei sobre vós Aquele que meu Pai prometeu” (Lc 24, 48). Jesus declara que enviará o Espírito Santo! Mas qual era a condição? “Permanecei na cidade, até que sejais revestidos da força do Alto” (Lc 24, 49).
Os Apóstolos haviam aprendido que, na ausência do Divino Mestre, o único refúgio onde eles encontrariam força e ânimo era junto a Nossa Senhora. Por isso, após a subida de seu Senhor, eles perseveraram unidos na oração “com Maria, Mãe de Jesus” (At 1, 14): Pentecostes deveria ser precedido por dias de recolhimento com a Santíssima Virgem!
Assim, a Ascensão nos ensina que Nosso Senhor está sempre conosco e que quem deseja receber o Espírito Santo, quem almeja para sua vida uma nova infusão de graças, precisa permanecer unido a Maria: Ela é o penhor dado por Jesus para a nossa vitória!
Texto extraído da Revista Arautos do Evangelho n. 282, junho 2025. Por Pe. Mauro Sérgio da Silva Isabel, EP.
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