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Nossa Senhora teve provações e tentações?

Maria Santíssima sofreu porque A rejeitavam e passou por terríveis provas relativas à fé e à espera na vinda do Messias.

Nossa Senhora Menina

Redação (20/01/2021 12:08, Gaudium Press) As classes dirigentes do povo de Israel encontravam-se corrompidas por séculos de prática religiosa deturpada.

No Templo a situação não se apresentava diferente. A classe sacerdotal, em larga escala, jazia numa imensa decadência e se preparava para precipitar-se no abismo do deicídio.

Desse modo, o local estabelecido por Deus para ser o coração do verdadeiro culto e o ponto de difusão da justiça até os confins da terra convertera-se num centro de depravação moral e de intrigas, quando não de satanismo.

Batalha contra os maus

O período que Maria serviu na Casa do Senhor teve um caráter essencialmente militante, ou seja, de amor e reparação a Deus, de ódio e rejeição ao mal.

Poder-se-ia mesmo afirmar que a maior batalha diretamente travada por Ela contra os maus deu-se durante os anos de sua permanência no Templo.

Assim como o ouro se purifica ao ser posto no cadinho sob temperaturas extremas, de modo similar, as virtudes tornam-se alcandoradas em face do ódio ao mal e só brilham com máxima intensidade quando expostas ao fogo do combate à iniquidade.

Provações de Maria

No início do período de formação de Maria no Templo, o partido dos maus havia procurado engajá-La em algum conjunto, a fim de observá-La melhor; mais tarde, empregou a tática do isolamento, para dificultar seu apostolado junto às demais.

Entre as piores provações pelas quais passam os varões e damas providenciais, encontra-se a da incompreensão quanto ao cumprimento da própria missão. Tal como disse o Homem-Deus no Horto das Oliveiras: que utilidade terá todo o Sangue que derramo pelos homens, se eles não só Me rejeitam, mas querem até matar-Me?

Sentir o chamado para uma alta vocação, querer conduzir as almas à plena união com Deus e, no entanto, perceber que elas deliberadamente rumam no caminho oposto, constituiu um dos maiores sofrimentos de Maria.

Quantas vezes, no silêncio de sua habitação, Ela não derramou abundantes lágrimas ao considerar a situação da humanidade e, em particular, do seu povo? Recolhidas pelos Anjos e levadas ante o trono da Santíssima Trindade, essas lágrimas apressavam os tempos do Messias sem que Ela o soubesse.

Desânimo nunca

Por outro lado, Nossa Senhora nunca sentiu em Si a tentação do desânimo. Teve de enfrentar, isto sim, as mais terríveis provas relativas à fé e à espera.

Conhecendo bem as profecias sobre a vinda do Emanuel, ao contemplar a decadência da Sinagoga e da nação eleita, vinha-Lhe à mente: “Por que Deus parece não ter pressa em intervir nos acontecimentos? Por que parece estar tão alheio à sua própria glória?”

O demônio incutia-Lhe o pensamento e a impressão de que tudo estava perdido, o Messias não viria jamais e, portanto, seria melhor entregar-se a uma vida medíocre, sem grandes esperanças nem dedicações.

Maria não Se dava conta, mas seu chamado à Corredenção do gênero humano fazia com que n’Ela se acumulassem a prova da fé e da espera pelas quais passariam todos os justos da História, tanto dos que A antecederam quanto daqueles que, no futuro, deveriam sofrê-las na luta pelo triunfo de Cristo sobre o mal.

Humilhações

A isso se somavam os desentendimentos, as desconfianças, as confusões, as ingratidões e as humilhações que o demônio procurava semear no dia a dia.

Entre os sacerdotes que acompanhavam as donzelas, por exemplo, havia um que alimentava especial antipatia pela Menina. Por mais que Ela fosse exímia na observância de todos os seus deveres, sempre A repreendia.

Certa vez, tendo Nossa Senhora lavado com primor os tecidos usados no altar, este sacerdote advertiu-A rudemente, dizendo que o serviço estava péssimo e deveria ser feito de novo.

Ela ouviu a repreensão com toda a humildade, sem redarguir uma só palavra, e ainda agradeceu a correção.

Deus permitia tais provas para que Maria assumisse e santificasse, mesmo nas suas realidades mais dolorosas, a vida religiosa que nasceria na futura Igreja.

 

Texto extraído, com adaptações, do livro Maria Santíssima! O Paraíso de Deus revelado aos homens. Por Mons João Scognamiglio Clá Dias, EP.

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