Nigéria: Homens armados sequestram outro sacerdote católico e Arcebispo precisa de cães de guarda
O sequestro do Pe. Maduka é o mais recente de uma série que tem como alvo sacerdotes na Nigéria.
Redação (22/05/2023 14:11, Gaudium Press) O Pe. Jude Kingsley Maduka, da paróquia de Cristo Rei, na diocese católica de Okigwe, no estado de Imo, Nigéria, foi sequestrado em 19 de maio passado, enquanto visitava a recém-construída capela para adoração eucarística na aldeia de Okigwe.
Este sequestro é o mais recente de uma longa série no populoso país da África Ocidental, onde sequestros visando religiosos da Igreja Católica se tornaram uma ocorrência comum.
De acordo com dados reportados à Agência Fides pela Igreja na Nigéria, entre 2021 e 2022, cinco padres foram sequestrados apenas na diocese de Okigwe.
O sequestro se tornou uma grande ameaça e desafio de segurança na Nigéria, que há mais de dez anos também vive a insurgência do Boko Haram, atacando cristãos, igrejas, bem como instituições do Estado.
O grupo terrorista visa derrubar o governo secular da Nigéria e estabelecer um Estado islâmico. Desde que foi lançado em 2009, mais de 35.000 pessoas foram mortas no norte da Nigéria e quase 2 milhões foram deslocadas.
Arcebispo precisa de cães de guarda
Segundo uma reportagem da Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o Arcebispo Matthew Ndagoso, de Kaduna, no centro-norte da Nigéria, lidera uma das dioceses mais perigosas do mundo. Com efeito, oito padres da diocese foram sequestrados nos últimos três anos: quatro foram libertados, um ainda está desaparecido e três foram mortos por seus captores.
Apesar do perigo, Dom Ndagoso continua com sua missão. “Tenho cinco cachorros, para poder dormir tranquilamente à noite”, explica. Ele só viaja com escolta armada, para locais cuidadosamente vigiados, porque um bispo seria uma presa muito tentadora para bandidos. “Muitas vezes passamos por veículos na estrada que foram atacados, e é um lembrete de que isso pode acontecer conosco a qualquer momento”, relatou o arcebispo à AIS.
A insegurança tornou-se parte da vida cotidiana dos nigerianos, na medida em que os padres têm que pesar cada movimento para considerar se vale a pena correr o risco. “A fé precisa de ministros, mas sabemos que corremos riscos sempre que mandamos alguém para algum lugar. Estamos voltando aos primeiros dias da Igreja”, declarou Dom Ndagoso.
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