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Nicarágua: ditadura dissolve sindicato de jornalistas

O regime de Ortega também dissolveu outras 14 organizações não governamentais.

Foto: Vatican news

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Redação (28/05/2025 09:39, Gaudium Press) O regime de Daniel Ortega prossegue com sua estratégia de eliminar toda a influência estrangeira ou atividades independentes no país centro-americano. No dia 26 de maio passado, foram dissolvidas outras 15 associações que atuavam na Nicarágua como entidades sem fins lucrativos.

Mas essa “operação dissolução”, que se tornou prática comum sob a ditadura de Ortega, reveste-se de especial relevância, uma vez que, entre essas 15 associações, se encontra a União de Jornalistas da Nicarágua, estabelecida em 1979, após o sucesso da revolução sandinista.

Quase 6.000 associações banidas

A decisão — assinada pelo Ministério do Interior em Manágua e publicada no Diário Oficial — eleva para pelo menos 5.670 o número total de organizações não governamentais banidas pelo poder executivo nicaraguense desde dezembro de 2018, como parte de uma campanha repressiva contra espaços de liberdade e de associação fora do controle governamental.

O Ministério do Interior explicou que havia encerrado unilateralmente seis associações, incluindo a União de Jornalistas, por violação das leis que regulam suas atividades; enquanto as outras nove teriam solicitado a dissolução voluntária, algo que, como já se viu na história recente, não é realmente voluntário, mas sim resultado de pressões governamentais.

Quanto ao Sindicato dos Jornalistas, a violação da lei estaria relacionada à falta de apresentação de relatórios financeiros correspondentes ao biênio 2023-2024, uma justificativa que também foi utilizada de forma coercitiva para o fechamento de organizações anteriores.

Outras associações dissolvidas por Manágua incluem a Fundação de Projetos Comunitários para o Desenvolvimento Sustentável e a ONG Terre des Hommes Suíça, além de várias organizações beneficentes de caráter religioso.

A Nicarágua enfrenta uma grave crise política e social desde abril de 2018, que se intensificou após as polêmicas eleições de novembro de 2021. Nessas eleições, o presidente Daniel Ortega foi reeleito para um quinto mandato, o quarto consecutivo. Seus principais opositores foram detidos e posteriormente expulsos do país, perdendo sua nacionalidade e seus direitos políticos após serem acusados de “golpistas” e “traição à pátria”.

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