Nicarágua: continua a perseguição à Igreja Católica
A ditadura de Ortega proibiu a Paróquia de Santo Domingo de Guzmán de las Sierritas de realizar a tradicional procissão com a réplica da imagem de Santo Domingo de Guzmán conhecida como “El Mocito”.
Redação (08/02/2023 11:33, Gaudium Press) O regime de Ortega já proibiu seis procissões nas duas primeiras semanas de 2023. Com efeito, desde 2022, o regime de Daniel Ortega declarou abertamente uma onda de repressão contra a Igreja Católica. Em outubro daquele ano, o ditador a acusou de não praticar a democracia, de ser uma “ditadura” e uma “tirania perfeita” e por ter usado “seus bispos na Nicarágua para realizar um golpe de estado” contra seu governo nas manifestações de 2018.
Ele também condenou e sentenciou sete religiosos por crimes de conspiração e notícias falsas. Dois sacerdotes foram condenados em 2022, enquanto o bispo de Matagalpa, Dom Rolando Álvarez, aguarda julgamento.
A perseguição também levou ao exílio mais de uma dezena de sacerdotes.
Polícia de Ortega proíbe procissão
Em um comunicado, a Paróquia de Santo Domingo de Guzmán de Manágua e o Comitê Paroquial informaram que a procissão com a imagem de São Domingos foi cancelada: “Por orientação da Polícia Nacional a procissão prevista para começar a partir de 6 de fevereiro não poderá ser realizada do modo tradicional”.
A procissão do “El Mocito” aconteceria em oito comunidades pertencentes à paróquia do padroeiro, e 184 famílias receberiam a réplica da imagem. A primeira visita foi realizada na tarde de domingo na comunidade La Hoyada, onde os paroquianos rezaram o terço e participaram de uma Eucaristia e confraternização. No entanto, na segunda-feira não puderam mais continuar com a peregrinação.
A Polícia determinou que até o final de julho – quando começam as festividades do padroeiro de Manágua em homenagem ao Santo – dará uma permissão para realizar um programa especial.
Enquanto isso, os paroquianos foram convidados a rezar o Santo Rosário em família pedindo a Cristo que “por intercessão da Virgem Maria e de Santo Domingo de Guzmán, nos dê as bênçãos de que precisamos para o bem de nossa igreja e das famílias”.
“Façamos um altar em cada casa (…) uma igreja doméstica onde o nome do Senhor seja glorificado fraternalmente e nosso Padroeiro Santo Domingo de Guzmán seja honrado com devoção e fervor”.
No entanto, os fiéis ficaram indignados com a interferência da Polícia Nacional. “Por que a Polícia tem que orientar e decidir quando e como as atividades religiosas devem ser realizadas. Essa foi e deve continuar a ser uma competência da Igreja através de suas paróquias”, afirmou um paroquiano.
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