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Natal: Festa da Humildade de Deus, diz Cantalamessa na Pregação de Advento

A humildade não consiste no ser pequeno; no considerar-se pequeno; no proclamar-se pequeno; consiste em fazer-se pequeno por amor a Deus.

A humildade não consiste no ser pequeno; no considerar-se pequeno; no proclamar-se pequeno; consiste em fazer-se pequeno por amor a Deus.

Cidade do Vaticano (19/12/2020, 10:45, Gaudium Press) Na terceira das pregações do Advento, a expressão “Veio morar entre nós” foi o tema desenvolvido pelo pregador da Casa Pontifícia, cardeal Raniero Cantalamessa, ao Papa e à Cúria Romana, na manhã de sexta-feira (18/12), na Sala Paulo VI. Foi a última das pregações deste retiro 2020.

“Deus está do lado do homem, que Ele é seu amigo e aliado contra as forças do mal”

O Pregador da Casa Pontifícia iniciou suas reflexões comentando a expressão “Deus está conosco”.
Para o Frade Capuchinho, a expressão quer dizer que “Deus está do lado do homem, que Ele é seu amigo e aliado contra as forças do mal”.

O pregador lembrou a seus ouvintes que “devemos reencontrar o significado primordial e simples da encarnação do Verbo, para além de todas as explicações teológicas e dos dogmas construídos sobre ela. Deus veio habitar em nosso meio! Quis fazer deste evento o seu nome próprio: Emanuel, Deus-conosco”.

E recordou que “o que Isaías profetizara, ‘A virgem ficará grávida e dará à luz um filho, e lhe porá o nome de Emanuel’ (Is 7,14), tornou-se fato realizado”.

O que significa a palavra humildade aplicada a Deus? Jesus pode dizer que é humilde?

Cantalamessa continuou sua pregação afirmando que “Deus é amor, por isso é humildade! O amor cria dependência da pessoa amada, uma dependência que não humilha, mas torna felizes”.
Para ele, “As duas frases “Deus é amor” e “Deus é humildade”, são como dois lados da mesma moeda”.

Mas, o que significa a palavra humildade aplicada a Deus e em que sentido Jesus pode dizer: “Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração” (Mt 11,29), perguntou o Capuchinho para, em seguida, explicar, afirmando:

“A explicação é que a humildade essencial não consiste no ser pequeno (pode-se ser pequeno sem, de fato, ser humilde); não consiste no considerar-se pequeno (isso pode depender de uma má ideia de si mesmo); não consiste em proclamar-se pequeno (pode-se dizê-lo sem crê-lo); consiste em fazer-se pequeno e fazer-se pequeno por amor, para elevar os demais. Neste sentido, realmente humilde é somente Deus”, disse o Frei Capuchinho.

Natal: festa da humildade de Deus

“O Natal é a festa da humildade de Deus. Para celebrá-la em espírito e verdade, devemos nos fazer pequenos, como devemos nos abaixar para entrar pela porta estreita que dá acesso à Basílica da Natividade em Belém.

(…) Se, na verdade, pelo fato da encarnação, a Palavra, em certo sentido, assumiu cada homem (assim pensavam alguns Padres gregos), pelo modo em que ela se realizou, ele assumiu, em um título todo particular, o pobre, o humilde, o sofredor. “Instituiu” este sinal, como instituiu a Eucaristia. Assim, aquele que pronunciou sobre o pão as palavras: “Isto é o meu corpo”, pronunciou as mesmas palavras também sobre os pobres.

Desejado dos povos, Pedra angular: vinde e salvai este homem frágil, que criastes do barro!

Frei Cantalamessa concluiu a sua pregação com as seguintes palavras, ditas em forma de oração:

“Ó Rei das nações. Desejado dos povos; Ó Pedra angular, que os opostos unis: Oh, vinde e salvai este homem tão frágil, que um dia criastes do barro da terra!”
Vinde e reerguei a humanidade extenuada pela longa prova desta pandemia.” (JSG)

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