Nas dificuldades… suplica a Maria!!!
Por mais que se tenha tido a desgraça de trilhar o caminho do vício, por mais que a humanidade esteja imersa na violência, no desrespeito à lei de Deus, no amoralismo e no crime, não se desespere, invoque Maria.
Redação (20/09/2023 19:57, Gaudium Press) Este fato ocorreu na Inglaterra, numa pequena cidade que cresceu ao redor de um famoso mosteiro. Certa vez, a pequena vila viu-se fadada quase que ao desaparecimento devido a uma terrível peste que assolava a região. Como sempre faziam nos momentos de apuros, os habitantes correram em busca do auxílio dos piedosos e santos monges.
O abade, muito compadecido, não mediu esforços convocando toda a comunidade para atender aos necessitados sem esquecer, porém, que o maior auxílio que poderia prestar era o da oração: mandou chamar o mais moço dos noviços e deu-lhe a obediência de rezar diante do altar de Nossa Senhora não se afastando dele até que Ela lhe assegurasse o milagre.
Ernesto – o jovem noviço – obedeceu prontamente. Rezou com tanta submissão e confiança que logo alcançou o que pedia.
Esse fato marcou profundamente a vida daquele rapaz aumentando enormemente a devoção dele à Maria Santíssima. Sentia-se débil mas ao mesmo tempo muito protegido por Ela. Fortalecido nessa confiança progrediu notavelmente na prática da virtude em busca da perfeição.
Entretanto, ao demônio não agradava o progresso daquele monge e por isso desencadeou terríveis tentações contra ele, de maneira particular, fazendo-o duvidar de sua vocação e despertando em seu casto coração desejos impuros. Ernesto, diante das inúmeras armadilhas postas pelo inimigo, não recorreu Àquela que tanto e tanto lhe ajudara em outras ocasiões e, por fim, deixou-se vencer…
No dia marcado, para pôr em prática o plano sugerido pelo tentador, caminhava ele pelo claustro do mosteiro: “Como farei isso? Pular o muro…”; seu pensamento foi cortado por uma voz suave proveniente do altar da Virgem:
“− Ernesto, meu filho, irás abandonar-me?”
Surpreso, aproximou-se do piedoso afresco que outrora tinha sido objeto de suas inúmeras orações e respondeu:
“− Não vedes, Senhora, que não posso mais resistir? Por que não me ajudais?”
“− Por que, disse Ela, não me invocas? Se tivesses pedido meu auxílio não estarias assim! De agora em diante, reza e não tenhas medo!
Reconfortado com aquelas palavras, Ernesto voltou para sua cela, mas ali chegando foi novamente assaltado pelas tentações e, não cumprindo o que lhe aconselhou Nossa Senhora, fez o que o demônio queria: fugiu do mosteiro.
Pulou o muro e, no mundo, praticou as piores abominações. Finalmente, depois de uns anos de vida devassada, alugou uma pequena casa, utilizando-a como suposto albergue onde assaltava e matava os viajantes que a ele pediam abrigo, tornando-se assim o bandido mais procurado pela justiça da redondeza.
Certa vez, pediu pousada um jovem cavaleiro muito bem apessoado. Logo que anoiteceu, depois de ter verificado que o hóspede já se recolhera, Ernesto arrombou a porta do quarto, ávido pelo latrocínio. Aproximou-se e, para seu espanto, no lugar do cavaleiro encontrou o Santo Cristo. O Divino Salvador fitou-o longamente e por fim disse-lhe:
“− Filho ingrato! Não bastou haver morrido uma vez por ti? Queres matar-me outra vez? Tens coragem?…”
Atordoado e arrependido, o ex-monge pôs-se a chorar abundantemente e, entre soluços, pediu:
“− Senhor, é grande Vossa misericórdia! Perdoai-me e aceitai-me de volta!”
E sem hesitar um instante saiu em direção ao mosteiro, mas… no caminho foi preso e condenado à forca.
No momento da execução, pediu um confessor, entretanto, os juízes não lhe deram crédito. Fez então um ato de confiança em Nossa Senhora e quando ergueram-no no patíbulo sentiu que alguém o segurava impossibilitando assim que fosse enforcado: era Ela!!!
− Meu filho, disse-lhe, volta para o mosteiro. Reza e faz penitência. Eu alcançarei o perdão de teus pecados e virei buscar-te no fim de tua vida.
Ernesto voltou para o mosteiro e humildemente apresentou-se ao abade contando sua história. Fez penitência, levou uma vida cheia de virtudes e mais do que tudo difundiu largamente a devoção à Maria Santíssima, que nunca, nem mesmo no mais horrendo e profundo crime o abandonara.
Admirável lição para nós e para o mundo atual: por mais que tenhamos tido a desgraça de trilhar o caminho do vício, por mais que a humanidade esteja imersa na violência, no desrespeito à lei de Deus, no amoralismo e no crime, não desesperemos, lembremo-nos das suaves palavras proferidas pelo não menos suave Doctor meliflus, o grande São Bernardo de Claraval:
” …se perturbado pela lembrança da enormidade de teus crimes, confuso à vista das torpezas de tua consciência, aterrorizado pelo medo do Juízo, começas a te deixar arrastar pelo turbilhão da tristeza, pensa em Maria.
Nos perigos, nas angústias, nas dúvidas, pensa em Maria, invoca Maria.
Que seu nome nunca se afaste de teus lábios, jamais abandone teu coração; e para alcançar o socorro da intercessão dEla, não negligencies os exemplos de sua vida.
Seguindo-A, não te transviarás; rezando a Ela, não desesperarás; pensando nEla, evitarás todo erro.
Se Ela te sustenta, não cairás; se Ela te protege, nada terás a temer; se Ela te conduz, não te cansarás; se Ela te é favorável, alcançarás o fim.”
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