“Narrem o belo para alimentar a esperança”, aconselha Papa a jornalistas cristãos
No período difícil da pandemia, a mídia cristã é chamada a oferecer uma comunicação que fale da beleza e da ternura que mora em nós, sem esconder a verdade ou manipular a informação.
Cidade do Vaticano (18/09/2020, 09:40, Gaudium Press) Nesta sexta-feira, 18/09, pela manhã, o Papa Francisco recebeu, no Vaticano, uma delegação de jornalistas belgas que trabalham na revista semanal “Tertio” que comemora vinte anos de atividades jornalísticas.
O nome “Tertio” é inspirado na Carta Apostólica de São João Paulo II, de 1994, a “Tertio millennio adveniente”, que preparava os fiéis para o Grande Jubileu do Ano 2000 para “acolher Cristo e a sua mensagem libertadora”. Uma menção que apela à esperança e dá voz à Igreja e aos intelectuais cristãos num cenário mediático que de acordo com Francisco, torna-se cada vez mais secularizado.
Que contribuição a mídia cristã deve oferecer para o mundo de hoje?
Nas palavras dirigidas à delegação de jornalistas, o Pontífice falou da importância da informação na sociedade de hoje, dando realce especial na contribuição da mídia especializada na vida da Igreja, para o crescimento de um novo modo de vida: “quando é de qualidade, (a informação) nos permite compreender melhor os problemas e os desafios que o mundo enfrenta, e inspira os comportamentos individuais, familiares e sociais”, disse Francisco.
O jornalista cristão é chamado a pôr em prática o convite do Senhor: ir ao mundo e anunciar o Evangelho.
Papa aos jornalistas: a narração do belo alimenta o mundo de esperança
O Papa fez referência à Mensagem para o Dia Mundial das Comunicações Sociais deste ano quando falou da necessidade que temos de uma “narração humana, que nos fale de nós e do belo que mora em nós”, em meio à atual “confusão de vozes e de mensagens que nos rodeiam”.
E Francisco explicou aos jornalistas belgas que “os protagonistas dessa ‘narração’”, são os profissionais da mídia cristã.
“A comunicação é uma missão importante para a Igreja. Os cristãos empenhados nesse campo são chamados a pôr em prática de uma forma muito concreta o convite do Senhor para ir ao mundo e anunciar o Evangelho (cf. Mc 16,15). Devido à sua elevada consciência profissional, o jornalista cristão deve oferecer um testemunho novo no mundo da comunicação sem esconder a verdade ou manipular a informação. ”
Jornalista cristão: lê, interpreta o tempo presente, identifica os percursos para comunicar o Evangelho
Em suas palavras, o Papa Francisco voltou a recorrer a João Paulo II para poder afirmar que a Igreja olha para os profissionais de comunicação com confiança e expectativa porque são “chamados a ler e interpretar o tempo presente e a identificar os percursos para uma comunicação do Evangelho segundo as linguagens e a sensibilidade do homem contemporâneo”.
Para encerrar o Pontífice fez uma exortação àqueles que fazem parte do universo cristão da comunicação:
“O profissional de informação cristã deve, portanto, ser um porta-voz de esperança, um portador de confiança no futuro. Porque só quando o futuro é aceito como uma realidade positiva e possível, é que o presente também se torna habitável.
(Espero) que essas reflexões possam inclusive nos ajudar, especialmente hoje, a alimentar a esperança na situação de pandemia que o mundo está atravessando. Vocês são semeadores dessa esperança em um amanhã melhor.
No contexto desta crise, é importante que os meios de comunicação social contribuam a garantir que as pessoas não fiquem doentes de solidão e possam receber uma palavra de conforto. ” (JSG)
(Da Redação Gaudium Press, com informações e fotos Vatican News)
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