Não julgueis e não sereis julgados
Nós, quem somos para julgar o próximo?
Segundo nos refere São Francisco de Sales em sua ilustre obra Filoteia, “os juízos dos filhos dos homens são TEMERÁRIOS, porque eles não são juízes uns dos outros e, julgando, usurpam o ofício de Nosso Senhor; são TEMERÁRIOS, porque a principal malícia do pecado depende da intenção e conselho do coração, que é para nós um segredo tenebroso; são TEMERÁRIOS, porque bastante tem que fazer cada um em julgar a si mesmo, sem se intrometer a julgar o seu próximo.
É por igual necessário, para não ser julgado, não julgar os outros e julgar-se cada um a si próprio. Porque Nosso Senhor nos proíbe o primeiro, e o Apóstolo ordena-nos o segundo, dizendo: ‘Se nos julgarmos a nós mesmos, não seremos julgados’.
Mas, ó Deus, nós fazemos exatamente o contrário, porque aquilo que nos é proibido não cessamos de o fazer, julgando cada passo do nosso próximo; e aquilo que foi mandado, que é julgarmo-nos a nós mesmos, isso nunca fazemos”.
Extraído, com adaptações, de: Francisco de Sales, São. Filoteia. São Paulo: Cultor de Livros, 2020, p.201.
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