Münster: Câmara Municipal retira cruz da sala para a reunião do G7
A retirada de uma cruz antes da reunião dos ministros do G7 no Salão da Paz, em Münster, é vista como uma afronta.
Redação (07/11/2022 11:58, Gaudium Press) A pedido do Ministério das Relações Exteriores da Alemanha, foi removida a cruz medieval do Salão da Paz (Friedenssaal) da Câmara Municipal de Münster onde se realizou a reunião dos chanceleres dos sete maiores países do mundo, G7.
O Presidente do Escritório Católico da Renânia do Norte-Vestfália, Pe. Antonius Hamers, criticou a remoção da cruz, denominando este ato como “um esquecimento da história, cultura e tradição”. “Este salão é o lugar onde uma paz religiosa foi negociada há 374 anos. E se o símbolo religioso é removido de lá, então isso mostra que obviamente não se entendeu o que esse salão, o que essa paz vestfaliana representa”, declarou Hamers ao portal de internet da Igreja Católica de Colônia, domradio.de. “É uma ‘afronta’ para muitas pessoas”.
A Ministra das Relações Exteriores, Annalena Baerbock, lamentou a decisão tomada sexta-feira passada de retirar uma cruz pertencente ao inventário para a tal reunião no Salão da Paz. Esta foi uma medida puramente organizacional, não política. Ela mesma só soube disso na manhã do evento. Mesmo tendo convertido o salão histórico em uma sala de conferências, a cruz teria de permanecer lá.
Também a Diocese de Münster qualificou a medida de “incompreensível” e de falta de tolerância, e que iria pedir ao Ministério das Relações Exteriores uma justificativa oficial para essa medida. “A cruz representa – mesmo que nem sempre tenha sido observada – tolerância, paz e humanidade. A cruz representa a superação da violência e da morte. A cruz, portanto, representa exatamente os objetivos que os ministros das Relações Exteriores estão buscando quando se reuniram em Münster”.
A culpa é do protocolo
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores justificou a medida com base no protocolo: pessoas de diferentes religiões estavam participando da reunião. De qualquer forma, é uma “compreensão errada da neutralidade quando se diz: removemos todos os símbolos religiosos do público”.
Thomas Söding, um estudioso do Novo Testamento, também criticou a remoção da cruz, a qual revela falta de competência política, religiosa e cultural do Ministério das Relações Exteriores. E enfatizou: “Se você tira a cruz do Salão da Paz, este lugar, que obviamente foi escolhido por ser altamente simbólico, é destruído. É apenas um cenário”.
Se faz parte do protocolo do Ministério das Relações Exteriores tornar os símbolos cristãos ou religiosos “invisíveis” em espaços públicos, seria “um desenvolvimento fatal”. A relação entre religião e política está se tornando mais difícil em todo o mundo. “Nesta situação, o Ministério das Relações Exteriores não pode agir assim, como se a liberdade política pudesse ser conquistada negando a religião”, afirmou Söding.
Com informações katholisch.de.
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