Mortes e ressurreições da História
Em meio às provações, catástrofes naturais e morais, pandemia, renunciemos a todos os apegos e aumentemos nossa devoção à Maria, pondo nEla toda nossa confiança.
Redação (06/04/2021 11:24, Gaudium Press) Ao longo da história, a civilização tem passado por fases que parecem repetir a vida de Nosso Senhor, incluindo “paixões”, “mortes”, “sepultamentos” e “ressurreições”, a partir das quais brilha ainda mais intensamente do que em épocas anteriores.
Foi assim, por exemplo, com o Império Romano do século V, já então católico, que afundou golpeado pelos bárbaros, para ressurgir com um brilho maior no império de Carlos Magno.
No século IX, eis que novamente a Cristandade ameaça sucumbir pela anarquia religiosa e política, e pelas invasões dos vikings e dos maometanos, mas renasce ainda mais vigorosa na Idade Média, chegando a um patamar social e cultural nos séculos XII e XIII nunca antes atingido (foi a época em que “a filosofia do Evangelho governava os Estados”, no dizer do Papa Leão XIII).
E entre altos e baixos, chegamos ao nosso tempo, após uma longa decadência. E, sob muitos aspectos, atingimos o ponto mais baixo desde aquele dia em que Cristo ressuscitou.
Desanimar nunca
Infelizmente, em face do crescente caos, da incerteza e da insegurança, de acontecimentos escandalosos e dolorosos, às vezes vacilamos. Somos atraídos pelo desânimo, como aconteceu com os apóstolos naqueles dias em que Nosso Senhor jazia no sepulcro.
Que grande equívoco! Embora devamos saber ver toda a gravidade da situação que nos rodeia, temos de manter a certeza inabalável de que, como Cristo venceu a morte, também serão superadas com sua graça as dificuldades da hora presente.
Renúncia
Com efeito, a cruz que Deus pede de nós consiste principalmente em vivermos desprendidos de tudo quanto é terreno, tal qual uma águia que voa sem amarras para, nas alturas, melhor contemplar o sol.
Como tantas vezes comprovamos na vida, o apego desordenado gera aflições, inseguranças e receios que nos roubam a paz de alma.
Portanto, mesmo a pessoa não chamada à vida religiosa deve fazer tudo com o coração posto nas coisas de Deus, inclusive ao cuidar dos negócios, da administração dos seus bens e da saúde.
Esse desprendimento é condição para seguir de perto a Nosso Senhor Jesus Cristo. Assim agindo, a alma experimentará a verdadeira felicidade, prenunciativa da alegria que terá no Céu.
De fato, há apenas um caminho: renunciar totalmente aos afetos desordenados e ao apego aos bens terrenos para ter a paz de alma.
Fé e esperança
Todavia, por cima das previsões mais catastróficas, é preciso ter diante dos olhos o nascer de um sol de esperança. Sim, pois o decreto divino anunciado por Nossa Senhora foi o de sua gloriosa vitória: “Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará”.
Muitos santos, entre os quais São Luís Maria Grignion de Montfort — um dos mestres espirituais preferidos de São João Paulo II — anunciaram o advento de um período glorioso para a Santa Igreja Católica, no qual Maria se tornará, como nunca antes, a Rainha dos corações.
Será o triunfo de seu Imaculado Coração, o “Reino de Maria”, época na qual Deus derramará sobre o mundo graças extraordinárias.
Possamos nós, desde já, sob a guia e o amparo de Nossa Senhora, anunciar a Boa Nova aos homens de nosso tempo, levando-lhes uma palavra de fé e de confiança.
Texto extraído, com adaptações, da Revista Arautos do Evangelho n.4, abril 2002.
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