Moçambique: muitas crianças e mulheres sequestradas pelos terroristas
Em declaração à Fundação AIS, um missionário ressaltou que as crianças sequestradas são envolvidas nos serviços militares, tornando-se assim soldados terroristas.
Redação (04/04/2022 10:04, Gaudium Press) O sequestro de crianças, jovens e mulheres pelos terroristas em Cabo Delgado preocupa as autoridades moçambicanas e muito concretamente a Igreja Católica, pois é consequência da violência terrorista em Moçambique – que começou em 2017 e já provocou mais de três mil mortos e 850 mil deslocados.
No início de Fevereiro, a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre informava a preocupação de uma religiosa que – por questões de segurança, pedia para não ser identificada – afirmava estar assistindo a uma nova onda de violência, havendo “o rapto sistemático de pessoas que se encontram nas aldeias, principalmente mulheres e mães com suas próprias crianças”.
Frei Boaventura, do Instituto da Fraternidade dos Pobres de Jesus, presente nesta região, explica que os terroristas, “quando invadem as aldeias, levam as mulheres, levam as crianças que acabam sendo treinadas nesses lugares, acabam sendo doutrinadas e vivem aquilo que eles veem lá onde estão, no mato, ou nas zonas onde se concentram para fazer os seus treinos”.
Também a organização Médicos sem Fronteiras, em Cabo Delgado, denunciava o sequestro, em fevereiro, de pelo menos sete crianças receando que elas possam vir a integrar as fileiras dos grupos armados.
O Padre Kwiriwi Fonseca, então responsável pela comunicação da Diocese de Pemba, relatou que nas visitas aos centros de reassentamento, onde vivem as populações deslocadas, é relativamente comum encontrar pessoas que confirmam casos de sequestros. “Quando fomos aos campos, as mulheres disseram-nos que os seus filhos estão agora nas mãos dos terroristas”, narrou o sacerdote.
Pe. Fonseca ainda ressaltou que “quando estão nas mãos dos terroristas”, as crianças “são envolvidas nos serviços militares, tornando-se assim seus soldados. Também lhes ensinam a doutrina islâmica e as atividades terroristas militares”. Algumas mulheres “são forçadas a se casar com os terroristas”.
Além de Moçambique, outros países registram o sequestro de dezenas de milhares de crianças que, na sua maioria, atuam como soldados.
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