Mártires Franciscanos são beatificados no Líbano
Dois padres franciscanos martirizados sob o Império Otomano foram beatificados no Líbano pelo Cardeal Semeraro, Prefeito da congregação para a causa dos santos
Redação (08/06/2022 08:10, Gaudium Press) Os frades Thomas Saleh, OFM e Léonard Melki, OFM martirizados durante o Império Otomano, foram beatificados no último 4 de junho.
A cerimônia celebrada no convento da Cruz (La Croix) na cidade de Jal el-Dib, nos arredores da capital libanesa, foi presidida pelo Cardeal Marcello Semeraro, prefeito da congregação para a causa dos santos.
Também estavam presentes outras autoridades eclesiásticas como o núncio apostólico no Líbano, D. Joseph Spiteri, o Cardeal Béchara Raï e o Vigário dos latinos, César Essayan.
Algumas autoridades civis também estavam presentes, como os ministros Walid Nassar e Georges Kallas e o deputado Hagop Pakradounian representantes dos chefes de estado do Líbano.
Na homilia, o Cardeal Semeraro descreveu o percurso dos dois religiosos que foram vítimas da onda de violência no final do Império Otomano. Porém sob o olhar da fé, os dois foram vencedores e acrescentou que “eram animados com a paixão pela verdade e com o amor pelo bem, a ponto de sacrificar suas vidas”.
O Cardeal Raï declarou que a beatificação dos dois padres franciscanos “dá ao Líbano a glória que os homens políticos fizeram perder”.
Martirizados por ódio à fé
Os capuchinhos Frei Léonard Melki e Frei Thomas Saleh, foram martirizados na Turquia em 1915 e 1917 respectivamente.
Originários de Baabdate e amigos de infância eram já adultos quando o nacionalismo começou a perseguir especialmente os armênios e outras minorias.
O genocídio armênio, planificado pelo Comitê União e Progresso, começou em abril de 1915 e vitimou dois terços dos armênios que viviam na atual Turquia, aproximadamente 1,2 milhões de armênios.
Os capuchinos Léonard Melki e Thomas Saleh também foram mortos por ódio à fé. O padre Melki (1881-1915) se recusou a apostar na fé católica. Um destacamento de militares vasculhou o convento à busca de armas escondidas, mas nada encontraram além do Santíssimo Sacramento escondido.
Padre Léonard Melki foi então torturado durante uma semana, arrancaram-lhe as unhas das mãos e dos pés. Em seguida foi levado para o deserto junto com outros 415 prisioneiros onde foram mortos a tiros em 11 de junho de 1915. Entre as vítimas deste dia encontra-se também o bem-aventurado Bispo Ignace Maloyan.
Padre Thomas Saleh (1879-1917) foi suspeito de traição contra o Império Otomano por ter escondido um padre armênio. Foi então condenado à morte e em seguida deportado em pleno inverno sob escolta de soldados. Ele morreu de inanição e tifo no caminho, em 18 de janeiro de 1917. (FM)
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